Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de junho de 2018
Não só de praias vive Punta del Este (Uruguai). Há passeios no campo, vinícolas e hotel construídoa mão. É difícil falar sobre Punta e não recomendar uma visita à Casapueblo, museu e hotel construído a mão pelo artista Carlos Páez Villaró (1923-2014) nas encostas da região de Punta Ballena. O misto de galeria de arte e resortlevou 36 anos para ficar pronto, mas a vista do local é deslumbrante.
Aos adeptos das cavalgadas, o hotel Fasano proporciona um passeio de uma hora até Punta Lobos, onde são cultivadas oliveiras e se produz o famoso azeite da região. No local, há degustação do produto e os visitantes podem aproveitar o resto do dia para realizar um tradicional piquenique no campo.
Já para os hóspedes que são fãs das pedaladas, uma dica é realizar um passeio de 12 km até La Barra, que pode ser adaptado de acordo com o interesse dos clientes. Durante o trajeto, os visitantes passam por uma loja de bebidas local e concluem o passeio com uma visita à Fundação Atchugarry.
Vinícola
O Departamento de Maldonado –com seu clima marítimo– é a mais instigante nova região vinícola do Uruguai. Ali vão nascendo de vinícolas butique a empreendimentos de grande porte.
O mais chamativo é a vinícola Garzon, investimento multimilionário que produz vinhos ainda jovens, mas de bom potencial –35% de suas uvas são tannat, e o restante se distribui em muitas variedades. Além de brancos (Alvarinho Single Vineyard 2016), há tintos (o pinot noir Single Vineyard 2015, o cabernet franc Reserva 2015, e o Balasto 2015, que combina tannat com cabernet sauvignon, petit verdot e marselin).
Também jovem e com bela arquitetura, mas em pequenas dimensões, o Viña Edèn tem apenas quatro vinhos, sendo que seu destaque –o Cerro Negro– usa tannat (50%) com merlot e marselin. A pequena e familiar Alto de la Ballena tem também belos exemplares –como o cabernet franc Reserva 2012, o merlot Reserva 2012 e o Cetus Sirah 2012– sem uma gota do onipresente tannat.
Gastronomia do Uruguai
Indo ao Uruguai, ainda que para beber vinhos, não se desperdiça a oportunidade de garimpar restaurantes.
É ótimo, em Montevidéu, encontrar a experiência descontraída do Escaramuza (scaramuza.com.uy), nos fundos de uma livraria (nem livros nem gastronomia morreram ainda!). A cozinha ali é a tradicional, familiar do Uruguai -com a qual brinca também o Tona (Luis Franzini 955, Montevidéu), do chef-celebridade local Hugo Soca, e o Facal (facal.com.uy), um limpo pé-sujo com seus chivitos (sanduíches de carne) no centro da cidade.
Com um pouco mais de experimentação, mas ainda focado no produto, visitei o Café Misterio (cafemisterio.com.uy), de clima boêmio, onde ainda há vinhos feitos por encomenda do proprietário. E, ainda mais contemporâneo, o Foc (Ramón Fernández 285, Montevidéu), pilotado pelo chef Martín Lavecchia.