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Mundo Favorito à presidência do Uruguai é entusiasta do Mercosul

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Socialista Daniel Martínez, 62, faz parte da coalizão Frente Ampla, que governa país desde 2005. (Foto: Reprodução/Twitter)

Favorito no primeiro turno das eleições uruguaias, que ocorrem no domingo (27), o socialista Daniel Martínez, 62, pode ser mais um dirigente da região ideologicamente oposto ao brasileiro Jair Bolsonaro. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Martínez diz ser um entusiasta do Mercosul.

Integrante da Frente Ampla, coalizão de centro-esquerda que governa o Uruguai desde 2005, o engenheiro Martínez alia-se à ala moderada, comandada pelo atual presidente Tabaré Vázquez, e não é tão próximo dos tupamaros, liderados pelo ex-presidente José “Pepe” Mujica.

“[O bloco] continua sendo uma importante estratégia para a inserção global. Conjuntamente aos outros países, temos que buscar os melhores caminhos para garantir o acesso a mercados exigentes, com as menores taxas possíveis.”

O candidato afirmou já estar em avançadas conversas com o kirchnerista Alberto Fernández, que concorre no mesmo dia à Presidência argentina e também é favorito na disputa.

Martínez diz que, embora tenha o conhecido há pouco tempo, já se reuniu com o argentino várias vezes, o que gerou “um laço muito estreito.”

O uruguaio conta que os dois já definiram uma agenda de trabalho conjunta vinculada a assuntos ambientais que envolvem o rio Uruguai e o rio da Prata, e as pautas abarcariam criação de empregos e temas de fronteira.

Questionado sobre Jair Bolsonaro, Martínez foi mais cauteloso. “A eleição do presidente do Brasil é de exclusiva responsabilidade do povo brasileiro e meu caminho, caso seja eleito, será procurar os melhores entendimentos entre os dois governos.”

Na pesquisa mais recente, Martínez tem 38% das intenções de voto, contra 27% de Luis Lacalle Pou e 11% de Ernesto Talvi. Seus dois opositores são liberais e pertencem a partidos tradicionais.

Lacalle Pou, filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle (1990-1995), é do Partido Blanco. Já o economista Ernesto Talvi, formado em Chicago, pertence ao Partido Colorado.

Por ora, todas as pesquisas apontam para a realização de um segundo turno, que ocorreria no próximo dia 24 de novembro.

Na economia, Martínez diz que o país deve seguir as mesmas políticas que têm dado ao Uruguai um crescimento sustentável de média de 3% ao ano há mais de uma década, embora o panorama internacional esteja mais hostil.

Ainda que se mostre preocupado com a crise no Brasil e na Argentina, Martínez conta que o Uruguai já aprendeu a caminhar sem os vizinhos. Essa “forte redução da dependência” seria, em sua avaliação, “uma das transformações mais relevantes dos governos da Frente Ampla”.

O Uruguai diversificou mercados, o que o permitiu crescer mesmo quando os países vizinhos vizinhos estão em dificuldades, diz.

Com a redução drástica da pobreza (de 40% para 9% durante a atual gestão da Frente Ampla), um dos problemas mais mencionados pelos uruguaios é o aumento da insegurança.

Embora tradicionalmente o Uruguai seja uma das nações menos violentas da América Latina, em dois anos a taxa de homicídios disparou e atinge hoje a cifra de 11,8 para cada 100 mil habitantes.

O ritmo em que o número vem crescendo, segundo a ONG Insight Crime, é proporcionalmente maior do que os índices de países muito violentos da América Central, como Honduras e El Salvador.

“A questão mais relevante que teremos de enfrentar, se formos eleitos, é a da segurança. Minhas preocupações são com a violência já instalada e com a forma como as gangues do narcotráfico vêm captando nossos jovens para o delito”, afirma Martínez.

“Definimos uma estratégia com dois pilares: políticas de prevenção e repressão focada.”

Esse plano, explica o candidato, envolve investir em inteligência e em reformar a política carcerária, pois os índices de reincidência são altos no Uruguai.

Se de fato vencer o pleito, ele diz que a política uruguaia para a Venezuela não muda. Uruguai e México têm rejeitado as pressões do Grupo de Lima sobre o país caribenho e defendem uma linha por meio do diálogo, e não pela imposição de sanções econômicas.

“Nossa política internacional tem de servir para oferecer caminhos de saída que gerem o menor impacto sobre o povo venezuelano, tal como estão impulsando alguns países europeus.”

Nesse ponto, há outra coincidência com o provável próximo presidente argentino, que é contra as posições do Grupo de Lima, não classifica a Venezuela como uma ditadura e quer que a Argentina se junte à linha mexicana de atuação para ajudar o país a se redemocratizar.

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https://www.osul.com.br/favorito-a-presidencia-do-uruguai-e-entusiasta-do-mercosul/ Favorito à presidência do Uruguai é entusiasta do Mercosul 2019-10-25
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