Segunda-feira, 20 de outubro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Esporte Fenômeno de mídia, o técnico Jorge Jesus atraiu a atenção dos portugueses para o futebol brasileiro e para o próprio Flamengo

Compartilhe esta notícia:

Ex-jogador, o lusitano comanda equipes há quase 30 anos. (Foto: Agência Brasil)

O interesse pelo Flamengo, ou ao menos pelo futebol brasileiro, nem sempre foi uma unanimidade em Portugual. A última emissora lusitana a comprar os direitos do Brasileirão (SIC Radical), por exemplo, optou por não transmitir a competição de 2018 no país ibérico, por falta de audiência. Essa situação, pórém, mudou drasticamente a partir do sucesso de Jorge Jesus, 65 anos, como técnico do rubronegro cariocam cargo que ocupa desde junho.

Jogador profissional (meia) entre 1975 e 1989 e técnico desde 1990, os seus passos têm sido noticiados diariamente e com ampla cobertura em sua nação de origem. Não é difícil se deparar com o esquema tático rubro-negro sendo destrinchado em horário nobre nos televisores de Portugal. Já é possível encontrar até mesmo comentaristas vestidos com a camisa do Flamengo em programas de debates e outras atrações.

Também ficou mais fácil assistir aos jogos do atual campeão do Campeonato Brasileiro e Copa Libertadores da América. Três emissoras diferentes passaram jogos da equipe por lá. A CMTV transmitiu a estreia de Jesus (em um amistoso com o Madureira-RJ), o Sport TV (canal português homônimo da emissora brasileira) exibiu toda a campanha da Libertadores e o Canal 11 mostrou os jogos do Brasileirão. E agora será a vez da RTP transmitir o Mundial de Clubes.

“O que justifica isso é o impacto que ele tem aqui”, confirma a jornalista Irene Palma, repórter de “A Bola TV”, que já foi enviada mais de uma vez ao Rio de Janeiro para fazer reportagens sobre o técnico. “Existe interesse do público em saber o que se passa com Jorge Jesus.”

“Nunca houve um interesse tão grande no futebol do Brasil como agora”, reitera Duarte Tornesi, setorista do jornal “O Jogo”. “Havia preconceito com o futebol brasileiro porque as pessoas não gostavam muito do estilo, achavam desorganizado. Antes de Jorge Jesus, a maioria não sabia o nome nem de três jogadores do Flamengo, mas por ele estar lá as pessoas passaram a acompanhar. Acredito que ele tenha apresentado um admirável mundo aos portugueses.”

Essa obsessão pelo técnico foi um dos fatores que motivou o Canal 11, que pertence à Federação Portuguesa de Futebol, a fechar acordos pontuais com o Flamengo e seus adversários para mostrar as partidas do Brasileirão. No total, foram 15 jogos transmitidos entre setembro e dezembro. Somente Palmeiras e Santos se negaram a vender seus direitos, o que impossibilitou a exibição dos jogos.

A aposta da emissora se mostrou acertada. Na TV paga, os confrontos do time carioca estiveram invariavelmente entre as maiores audiências do país, com destaque para a vitória de 1 a 0 sobre o Grêmio, em 17 de novembro. Segundo dados do site Meios & Publicidade, ficou na vice-liderança daquela semana, com 219 mil telespectadores.

“Foi muito bom. Nunca tinham ligado muito para a Libertadores. Pouca gente parou para ver Boca Juniors e River Plate no ano passado. Qual foi a final antes disso? Ninguém se lembra”, afirma o jornalista Pedro Sousa, apresentador do Canal 11. “Mas creio que o Brasil tem que se abrir mais para o mundo. Não sei se as pessoas têm muito essa noção, os seus próprios dirigentes, de que não estão sendo vistos em outros lugares”, completa.

Conterrâneos

Um atestado da força do técnico em Portugal é que, mesmo do outro lado do oceano, a sua sombra segue incomodando alguns treinadores lusitanos. No fim de outubro, ao escutar pergunta sobre uma suposta pressão para vê-lo substituído por Jorge Jesus, o técnico do Porto, Sérgio Conceição, sorriu e abandonou coletiva. Bruno Lage, treinador do Benfica, passou por situação semelhante antes de partida da Champions League e não escondeu a sua indignação.

A onipresença do técnico tricampeão português na imprensa local não surpreende. Se por um lado ele se mostra a par do que existe de mais moderno em termos de treinamento de suas equipes, por outro, mantém também uma faceta mais antiga em seu relacionamento com a imprensa. Não teve assessor durante boa parte de sua carreira e intermediava ele próprio convites para entrevistas.

“Não tenha dúvida de que essa autêntica loucura que se viu na cobertura do Flamengo foi potencializada por ele na relação estreita que possui com jornalistas do país”, afirma Tornesi. Uma cena comum no Rio de Janeiro é vê-lo jantando em restaurantes com profissionais enviados para cobrir a sua rotina.

“Existe uma relação de respeito, o português tem muito isso”, conta Irene, que diz ter acompanhado o primeiro treino de Jesus, há 20 anos, ainda no modesto Estrela da Amadora. “Quando está fora do país, acolhe em sua casa como se fosse a deles. É um pouco naquela de receber bem quem veio ter comigo.”

(Marcello Campos)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Esporte

Luxemburgo é o novo técnico do Palmeiras e retorna pela quinta vez ao clube
Para realizar o sonho de jogar no Corinthians, Luan aceitou baixar quase um terço de seu salário
https://www.osul.com.br/fenomeno-de-midia-o-tecnico-jorge-jesus-atraiu-a-atencao-dos-portugueses-para-o-futebol-brasileiro-e-para-o-proprio-flamengo/ Fenômeno de mídia, o técnico Jorge Jesus atraiu a atenção dos portugueses para o futebol brasileiro e para o próprio Flamengo 2019-12-15
Deixe seu comentário
Pode te interessar