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Mundo Férias sob tensão, nem pensar: turistas evitam a Europa

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Reforço do esquema de policiamento na França e em outras cidades é o retrato da insegurança que tomou conta da Europa. (Crédito: Reprodução)

É impossível colocar um guarda em cada igreja da Europa ou patrulhar todas as praias do continente. Mas, depois da onda de ataques por lá, autoridades agora tentam fazer o que podem para proteger a população em plenas férias. Em Cannes, na Riviera Francesa – mesma região onde um atentado deixou 84 mortos no Dia da Bastilha –, a entrada com mochilas volumosas foi proibida, e o Reino Unido destinou fundos extras para dar segurança a milhares de locais de culto. Os desafios políticos para os líderes da Europa também são enormes, e o impacto sobre a economia pode ser profundo.

O cruel assassinato de um padre que celebrava uma missa em uma igreja na Normandia, menos de duas semanas depois do atentado em Nice, fez soar o alarme na França: já não existe lugar seguro no continente. E outros quatro ataques na Alemanha, em somente uma semana, não deixaram dúvidas sobre a insegurança.

Algumas das igrejas mais famosas de Roma já figuram entre os mais de 4 mil locais da Itália considerados potenciais alvos de terroristas. “As igrejas se orgulham muito de serem lugares abertos, mas diante da chance real de terrorismo, é preciso encontrar um novo equilíbrio”, diz Mark Gardner, porta-voz da Community Security Trust, empresa de segurança de sinagogas e escolas do Reino Unido.

Cancelamentos de reservas.

A incerteza tem se multiplicado nos últimos meses, à medida que atentados terroristas tornaram-se mais frequentes e mais graves. Agora, os visitantes estão repensando a Europa como destino, e a indústria do turismo, que responde por 10% da atividade econômica na UE (União Europeia), começou a sentir o estrago.

No Monte Saint-Michel, ilha medieval e um dos principais destinos turísticos da França, a cadeia de hotéis e restaurantes do grupo Sodetour perdeu 70% de clientes após os ataques de 13 de novembro do ano passado em Paris – que deixaram 130 mortos.

Turistas americanos e japoneses, em particular, cancelaram as reservas, embora o local, no cume de uma rocha isolada na costa noroeste da Normandia, esteja bem longe de Paris. Gilles Gohier, diretor-executivo da empresa, contou ter demitido quase um terço de seus 230 funcionários nos últimos quatro meses, além de fechar temporariamente dois hotéis e quatro restaurantes da rede.

Na França, as reservas de hotéis logo após os ataques de Paris caíram 20% – em Bruxelas, na Bélgica, ficaram no negativo. O aluguel de apartamentos em Paris e em Nice também recuou depois que muitos turistas cancelaram os planos de visitar a França, segundo Adrian Leeds, do Leeds Adrian Group, agência imobiliária francesa com propriedades em ambas as cidades. E os clientes que pensavam em se mudar para o país suspenderam as buscas.

A onda de ataques na Europa também levanta questões sobre se há uma nova ameaça à estabilidade da região. O Estado Islâmico – que reivindicou os ataques na França e na Alemanha – tem como alvo preferido os símbolos da Europa Ocidental. Mas é impossível prever onde será o próximo atentado. “Estamos passando por uma mudança estrutural, um fenômeno de guerra à nossa porta que não existia antes”, revelou Georges Panayotis, presidente do Grupo MKG, empresa de consultoria em turismo de Paris. “Se não for resolvido, o problema vai continuar.”

Os governos europeus, por sua vez, vêm gastando centenas de bilhões de euros em segurança interna. A França, terceira maior economia da UE – que já tentava sair de um longo período de estagnação e desemprego – fortaleceu os serviços de segurança desde a recente onda de atentados.

Além disso, algumas cidades francesas fazem o que podem – ou inventam novas regras – para prevenir atentados. Uma das medidas mais controversas foi tomada pelo prefeito de Rive-de-Gier, perto de Lyon, que decidiu “negar sistematicamente” toda solicitação de trazer parentes, sistema utilizado por imigrantes para levar familiares de seus países de origem. (AG)

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https://www.osul.com.br/ferias-sob-tensao-nem-pensar-turistas-evitam-a-europa/ Férias sob tensão, nem pensar: turistas evitam a Europa 2016-08-04
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