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Variedades Fernanda Nobre fala sobre novela, feminismo e relação aberta: “Não é uma festa”

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Fernanda Nobre fala sobre relacionamento aberto. (Foto: Reprodução)

Enquanto se prepara para voltar às telas da TV, no elenco de “Um lugar ao Sol”, novela das 21h que estreia ainda este ano, Fernanda Nobre faz barulho em telas bem menores, as dos celulares. Mergulhada no pensamento feminista, a atriz, de 37 anos, encontrou novos modos de existência, sobre os quais fala abertamente em seu Instagram.

Recentemente, Fernanda declarou que ela e o marido, o diretor José Roberto Jardim, vivem um relacionamento aberto. “Não estou falando que a minha vida é uma festa, com tudo liberado. Não quero viver um milhão de aventuras. Pelo contrário, sou uma mulher romântica. É para mantermos uma relação extremamente honesta”, avisa a atriz, na entrevista a seguir.

Você está no elenco da nova novela das 21h. O que pode nos adiantar sobre o trabalho?

Estou com muita expectativa. O texto é muito gostoso de ler. Sempre quis trabalhar com a Licia (Manzo, autora) e com o Maurício (Farias, diretor), sem falar do elenco, que tem uma escalação impressionante, só com os nossos ídolos. A personagem é uma participação no começo da novela, que entra para causar um conflito na relação dos personagens de Cauã Reymond e Alinne Moraes. É um caso que ele teve no passado.

Você tem alguma identificação com a personagem?

Tem uma coisa parecida. Ela mora em Paris há muito, é uma mulher livre e bem-humorada. Eu trouxe um pouco da mulher da minha geração, que é livre.

Como o feminismo entrou na sua vida?

Não tinha relação com o feminismo, embora a minha mãe seja uma feminista. Ela se separou quando nem havia divórcio e foi estudar psicanálise, porque queria ter voz própria. Mas não fui criada com esse vocabulário no meu dia a dia e, como trabalhei como atriz desde criança, fui colocada nesse rótulo da princesa. Desde cedo, vivia de forma muito compulsória o comportamento feminino, a partir do que se espera no patriarcado. Quando teve a hashtag #MeuPrimeiroAssédio, comecei a me identificar com aqueles relatos e entender que o que vivi a vida inteira era uma distorção da existência feminina. Por isso, comecei a estudar o feminismo em 2015. Acho bonito esse relato de que foram outras mulheres que me despertaram. Hoje, o meu envolvimento é intrínseco à minha existência. Não conseguiria viver de outra maneira.

Como isso se desdobra no seu dia a dia?

Já participei de alguns seminários e grupos de estudos administrados por feministas reconhecidas. Mas, neste momento, sempre estou lendo alguma cosia sobre o tema e permaneço muito atenta à internet, porque acho que é um meio de se informar e aprender muito interessante. Também estou sempre atenta ao meu dia a dia, me questionando o tempo inteiro. Nós mulheres, muitas vezes, repetimos comportamentos machistas sem perceber. Faço questionamentos, inclusive com o meu parceiro. Um fica atento ao outro. Estou casada com uma pessoa que tem grande interesse nessa desconstrução.

Você disse, recentemente, que optaram por um relacionamento aberto. Como chegaram a essa configuração?

Com os meus estudos sobre o feminismo, entendi que nós mulheres “fazemos parte” da propriedade privada dos homens, numa dinâmica que serve para que eles tenham certeza de que seus herdeiros são filhos deles. (A relação monogâmica) foi uma forma que encontram para impedir que suas mulheres tivessem relação com outros homens. E ainda há os dogmas religiosos para nos controlar. Mas também sempre soube que os homens têm um permissividade da sociedade para não serem monogâmicos. Até a lei os ajudava, enquanto a gente perdia a guarda dos filhos, dinheiro e até a vida por causa da traição. Entendi, então, que (a monogamia) é uma coisa que veio para florear algo, que tem a ver com o capitalismo. É uma forma de controle sobre os nossos corpos. Comecei a ler muito sobre isso e trocar muito com o Zé. Decidimos abrir por um desejo de equidade na relação.

E por que quis falar sobre isso publicamente?

É uma escolha pela qual consegui me mover como mulher. É uma escolha feminina consciente, e não compulsória. Não é algo determinado por um mercado, pelo patriarcado. Quem disse que precisa ser de determinado jeito? Quem falou que tenho que ter filhos? Quem determinou que eu nunca conseguiria viver uma relação não-monogâmica? Quando comecei a falar sobre isso, vi que é um questionamento de muitas mulheres. Todas têm a sensação de que a monogamia é só para mulheres. É claro que estou generalizando. Existem homens que são fieis e comprometidos com as suas parceiras. Mas é só uma parcela.

Existe um pacto entre vocês sobre como conduzir essa relação?

Todo mundo me pergunta isso, mas prefiro não dar esse tipo de detalhe, porque tira o foco da discussão. É a minha escolha feminina e não estou falando que a minha vida é uma festa, que tudo é liberado. Muito pelo contrário. Sou uma mulher romântica e tudo é em prol da minha liberdade e da minha parceria. Não é para eu viver milhões de aventuras, mas para viver uma relação extremamente honesta. Existem pactos, eles foram mudando conforme as nossas experiências pessoais e necessidades como casal. Mas não existe uma fórmula. Acho que isso reduz muito a discussão.

Recebe ataques por expor seus pensamentos na internet?

Surpreendentemente, não. Quando isso acontece, é por falta de respeito dos homens. Eles ficam melindrados quando veem uma mulher falando, despertando esse olhar. Mas, quando isso acontece, para mim, é até um elogio. Por outro lado, gosto muito quando atinjo homens inteligentes e abertos ao diálogo. Tenho me surpreendido muito com isso e estou feliz com o resultado que tenho alcançado. Sinto que estamos criando uma comunidade sólida no meu Instagram.

 

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https://www.osul.com.br/fernanda-nobre-fala-sobre-novela-feminismo-e-relacao-aberta-nao-e-uma-festa/ Fernanda Nobre fala sobre novela, feminismo e relação aberta: “Não é uma festa” 2021-01-27
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