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Por Redação O Sul | 11 de janeiro de 2019
A Odebrecht doou R$ 4 mil para o Conselho da Comunidade, órgão que trabalha com presídios da região metropolitana de Curitiba. O dinheiro foi usado para a festa de fim de ano da entidade, que atendeu 11,4 mil presos e agentes, inclusive os da Lava-Jato que estão detidos no CMP (Complexo Médico-Penal). A empreiteira realiza doações anuais ao órgão desde que Marcelo Odebrecht passou pelo presídio, em 2015.
De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, a dupla sertaneja Bruno César e Leandro se apresentou em todas as alas do presídio. No local reservado para os condenados da Lava-Jato, as celas foram abertas e os detentos pediram canções sertanejas clássicas. A festa foi organizada pelo Conselho da Comunidade, que trabalha com 11 presídios no Paraná.
Entre os presos que acompanharam esse show e estiveram na pequena festa estão Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras.
“Tocando em Frente”
Por lá, assim como em toda a turnê da dupla Bruno César e Leandro pelos presídios paranaenses, os dois tocaram quase o mesmo repertório. Uma das músicas que não pode faltar na setlist é “Tocando em Frente”, de Almir Sater, cujo famoso referão diz: “Ando devagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais (…)”.
A dupla encarou um périplo por 10 penitenciárias do Estado entre os dias 3 e 13 de dezembro. Ao todo, foram 45 apresentações. Em alguns casos, quando havia grupos rivais entre os presos, que não podiam se misturar por conta do risco à segurança, os músicos tinham que tocar em mais de uma galeria das cadeias.
Segundo a advogada Isabel Mendes, que preside o Conselho da Comunidade, órgão que organiza a festa nos presídios junto com pastorais das igrejas católica e evangélica, os presos estavam muito emocionados durante o momento das orações e na execuções de canções emotivas, que teve entre elas ainda “Índia”, gravada por Cascatinha e Inhana.
Desta vez, ao contrário do ano passado, Cunha e outros detentos da sexta ala puderam sair das celas e acompanhar os artistas de perto — o que aconteceu num espaço parecido com um corredor. Na festa anterior, a direção do presídio só permitiu que a apresentação fosse assistida de dentro das celas, alegando “questões de segurança”.
Depois da turnê pelas cadeias, Bruno Cezar e Leandro foram convidados para se apresentarem em um ambiente sem grades no início do ano: a posse do governador paranaense Ratinho Junior (PSD). Com cinco anos de carreira, eles agora se preparam para gravar um clipe e um CD.