Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2015
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso eximiu a presidenta Dilma Rousseff de responsabilidade direta no escândalo de corrupção na Petrobras, que levou o governo à mais grave crise enfrentada pelo PT desde a chegada da legenda ao Palácio do Planalto, em 2003.
Em entrevista à revista alemã Capital, o tucano disse que a petista é honrada e que a culpa política pela situação atual é do antecessor dela, Luiz Inácio Lula da Silva. Questionado sobre se via envolvimento da governante no caso das propinas na estatal, FHC afirmou que não. Não diretamente. “O partido dela sim, naturalmente. O tesoureiro João Vaccari Neto está na cadeia”, ressaltou.
O ex-mandatário argumentou que não nutre nenhum ódio na política. E acrescentou que sobre o envolvimento de Lula, garantiu não saber em qual medida se poderia atribuir algo a ele, mas que politicamente é responsável pela crise brasileira. “Os escândalos começaram no governo dele”, declarou FHC, que lembrou o mensalão, descoberto em 2005, no primeiro mandato do ex-presidente petista.
Em relação ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por participação no mensalão e citado por delatores da Operação Lava-Jato, FHC afirmou ser impossível que Lula não soubesse do envolvimento de seu principal dirigente no esquema do mensalão e também desconhecesse a corrupção na Petrobras.
Cadeia
Apesar de atribuir responsabilidade política a Lula nos casos de corrupção, FHC explicou que será preciso algo concreto para considerar a possibilidade de uma condenação. “Talvez ele seja convidado a depor como testemunha. Isso seria desmoralizante o suficiente”, referiu o ex-presidente tucano.
FHC ressaltou que uma condenação de Lula dividiria o País, pois o petista é um líder popular com história de vida comovente. “Ele é um símbolo e como tal não deve ser destruído. É preciso ter sempre o futuro do Brasil em mente”, sinalizou o líder social-democrata. (Folhapress)