Segunda-feira, 29 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
20°
Light Rain with Thunder

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Notícias Ficar 24h de plantão para responder as mensagens no celular pode afetar a sua saúde mental

Compartilhe esta notícia:

Há pessoas que relatam desconforto com grupos de família, dizendo que têm vontade de sair deles, mas não conseguem. (Foto: Freepik)

Aplicativos de mensagens instantâneas se disseminaram rapidamente no Brasil e no mundo, em nome da velocidade, custos mais baixos e praticidade na comunicação – mas o outro lado da moeda na crescente dependência social desses apps é a ansiedade produzida pela sensação de estar ligado, e em dívida, o tempo todo, alertam especialistas.

“O que está acontecendo basicamente é que as pessoas ficam de plantão o dia inteiro, e claro que isso é maléfico. Elas não descansam, não têm um momento de parar. Isso gera estresse, que pode desencadear quadros como depressão e ansiedade”, adverte o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente eleito da Associação Psiquiátrica da América Latina.

Segundo um estudo feito pelo Datafolha em 2017, o WhatsApp é o aplicativo de mensagem preferido por 89% dos brasileiros. A empresa, que pertence ao Facebook, tem 120 milhões de usuários no Brasil. O número equivale a mais da metade da população do País, e corresponde a 10% do 1,2 bilhão de usuários globais do app.

A possibilidade de ter conversas em tempo real pela internet já era conhecida de frequentadores de grupos de chat, usuários do MSN Messenger, ou viciados em Blackberry nos idos dos anos 2000. Mas a ferramenta se tornou muito mais interessante quando de repente “todo mundo” tinha acesso a ela de forma portátil, com a popularização dos smartphones e maior acesso a planos de dados ou Wi-Fi.

Uma “conversa” pressupõe uma resposta imediata, “pá-pum”. E os comunicadores instantâneos de fato permitem que as interações se sucedam quase como se os interlocutores estivessem face a face. Permitem até saber se uma resposta está em construção, com as reticências que aparecem quando outra pessoa está escrevendo, ou já foi lida, com as setinhas azuis que acendem no indicador de leitura.

O problema é que os comunicadores são “instantâneos” para quem os manda, mas não necessariamente para quem os recebe, diz Jotta.

“As pessoas não estão disponíveis para você 100% do tempo. Mesmo que o aplicativo indique que esteja online, não necessariamente ela pode responder. E não dá para achar que aquela ‘não resposta’ é direcionada a você.”

Mas é justamente o que acontece muitas vezes, com relatos de reações de insegurança, ciúme, ansiedade, “porque alguém leu a mensagem mas demorou para responder” – o que, dependendo da relação, pode gerar uma interpretação excessiva de lacunas de silêncio; ou da hesitação ao escrever e reescrever uma resposta, como se fossem gestos a se atribuírem significados.

Grupo multidisciplinar criado para pesquisar a dependência da tecnologia, o Instituto Delete atende pessoas que sofrem do uso abusivo de tecnologias como redes sociais, telefones celulares e aplicativos de mensagens, recebendo pacientes todas as sextas-feiras, no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro na Praia Vermelha, em Botafogo.

De acordo com o coordenador do Instituto, Eduardo Guedes, o uso abusivo de aplicativos de mensagens é bastante comum, mas os casos mais preocupantes são os que configuram uma dependência, e estão associados a transtornos relacionados, como ansiedade, depressão, pânico ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

“A tecnologia surgiu para encurtar distâncias, otimizar o tempo e nutrir relações humanas. O perigo é quando você começa a substituir a vida real em prol das sensações de prazer geradas pela tecnologia”, diz. “A gente estimula o uso consciente, para colocar a tecnologia no lugar e no propósito que ela deve ter.”

As queixas são variadas, diz Guedes. Há pessoas que relatam desconforto com grupos de família, dizendo que têm vontade de sair deles, mas não conseguem e, ao mesmo tempo, não sabem como se comportar ali; casos de TOC em que usuários ficam checando compulsivamente se outra pessoa está online; e de pessoas que relatam depender do app para sentirem acompanhadas, e por isso mandam mensagens mesmo quando estão dirigindo, apesar do grande risco que isso acarreta.

Entre as técnicas básicas para o uso comedido e consciente dos comunicadores, Guedes recomenda silenciar notificações de mensagens, parar de usar os aplicativos duas horas antes de ir dormir e, se possível, desabilitar os avisos de recebimento e de leitura – “porque tem gente que não sabe lidar com isso.”

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Notícias

Detran-RS suspende provas teóricas e prática em Porto Alegre e Região Metropolitana devido ao temporal
Justiça condena Zelada, ex-diretor da Petrobras, a 12 anos de prisão
https://www.osul.com.br/ficar-24h-de-plantao-para-responder-as-mensagens-no-celular-pode-afetar-sua-saude-mental/ Ficar 24h de plantão para responder as mensagens no celular pode afetar a sua saúde mental 2018-02-03
Deixe seu comentário
Pode te interessar