Domingo, 02 de novembro de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Colunistas Fifa e ICM juntas. Baita golaço!

Compartilhe esta notícia:

Foto: Divulgação/Fifa

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Às vésperas de cada Copa do Mundo, todos nós resgatamos da memória lembranças marcantes — dentro ou fora das quatro linhas. No meu caso, um momento permanece vivo: a Copa de 1970. Eu a assisti na casa da vizinha, junto a vários amigos, porque ainda não tínhamos televisão. Foi uma emoção inesquecível.

Em todas as edições, percebi algo que sempre se repete: o futebol tem o poder de unir desiguais. Independentemente de classe social, condição econômica ou origem, a competição aproxima pessoas (ainda que temporariamente) em torno da mesma paixão. E vai muito além de lotar estádios — promove a cultura, dá visibilidade internacional ao país-sede e movimenta a economia em diversos setores. Mas, mesmo sendo a bola redonda, há um lado negativo.

Esse outro lado foi amplamente noticiado na Copa do Catar, em 2022. As denúncias sobre condições de trabalho análogas à escravidão, enfrentadas por milhares de operários durante a construção dos estádios e da infraestrutura, chocaram o mundo. Estimativas chegaram a ultrapassar mil mortes. O próprio chefe da organização do torneio, Hassan Al-Thawadi, admitiu que “entre 400 e 500 pessoas” morreram nas obras da Copa.

Diante desse histórico, é fundamental destacar um avanço recente que testemunhei na última Conferência Global Internacional promovida pela ICM (Internacional dos Trabalhadores da Construção e Madeira), em Genebra. Durante o encontro, a ICM e a Fifa assinaram um acordo com foco na transformação da realidade de milhares de trabalhadores envolvidos na construção e reforma de estádios e outras infraestruturas dos torneios da entidade, como a Copa do Mundo.

O acordo, válido até 2030, cria uma estrutura oficial de cooperação entre as duas instituições. Entre os compromissos assumidos estão inspeções conjuntas em canteiros de obras, capacitação de representantes sindicais, garantia de saúde e respeito aos direitos trabalhistas. Também está prevista a publicação de relatórios anuais com avanços, aprendizados e desafios enfrentados.

Na minha avaliação, a conferência foi um marco importante para fortalecer a articulação das entidades sindicais mundiais do setor da construção e madeira. É essencial que estejam alinhadas em torno de pautas prioritárias como segurança, saúde, direitos básicos, liberdade sindical e combate à informalidade.

Sem dúvida, o acordo entre a ICM e a Fifa representa a concretização de um tripé fundamental da representação sindical dos trabalhadores: remuneração digna, segurança no trabalho e qualidade de vida.

A Copa ainda nem começou, mas a Fifa e a ICM já marcaram um golaço. De placa.

(Gelson Santana – Presidente do STICC)

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Colunistas

A lei de ferro da oligarquia e a crise da representação política no Brasil contemporâneo
Governo confirma que não há base legal nem orçamento para pagar 14° salário aos aposentados do INSS
https://www.osul.com.br/fifa-e-icm-juntas-baita-golaco/ Fifa e ICM juntas. Baita golaço! 2025-10-31
Deixe seu comentário
Pode te interessar