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FILIAÇÕES SEM CONTROLE

(Foto: Reprodução)

A recente minirreforma eleitoral deixou escapar a chance de criar um mecanismo indispensável. Hoje, para integrar um dos 34 partidos que disputam eleições no País, não é preciso sequer apresentar comprovação de endereço. Sem critérios de seleção e controle, quase 15 milhões de brasileiros estão filiados. Basta teclar no computador e pronto. Para comprovar a idoneidade, pedem apenas o documento de identidade e o título de eleitor. É comum a filiação a três ou quatro partidos, mas a verificação da irregularidade fica por conta da Justiça Eleitoral.

Durante quatro anos e meio, o Senado e a Câmara dos Deputados dedicaram tempo para formular modificações que aprimorassem o sistema partidário e não conseguiram. Segue aberta a porteira para os partidos de aluguel, que só aparecem às vésperas das eleições em busca de vantagens.

Integra o folclore político o seguinte episódio: um cidadão gostou do nome de um partido nanico e telefonou em busca de informações sobre o programa defendido. O funcionário que atendeu perguntou se não queria se candidatar a vereador. Diante da negativa, foi definitivo: “Não tem volta, ligou, tem que concorrer.”

Não há o que justifique tantos partidos, a não ser a negociação do tempo de propaganda em rádio e TV, seguida de retribuição com dinheiro público.

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