Terça-feira, 03 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de maio de 2025
O diretor Guy Ritchie não deu muito sossego para os atores Natalie Portman e John Krasinski durante as filmagens de A Fonte da Juventude. Não era exatamente por conta das cenas de ação complexas ou das gravações em locações grandiosas, mas sim porque o cineasta não conseguia evitar o desejo de discutir a filosofia por trás do que estavam filmando.
O longa, que acaba de chegar à Apple TV+, acompanha Charlotte (Natalie) e Luke (Krasinski), irmãos distanciados que se reúnem em uma missão ao redor do mundo para descobrir a localização de uma lendária fonte da juventude, um lugar escondido por uma conspiração que já dura milênios.
A empreitada é financiada por Owen Carver (Domhnall Gleeson, de Questão de Tempo), um bilionário que busca a ajuda de Luke e sua equipe porque quer ser curado de um câncer. A questão é que, em meio à busca, nenhum deles sabe o que seria esse lugar que supostamente oferece a vida eterna.
“Nós nos encontrávamos para falar sobre o trabalho do dia, mas ele sempre queria filosofar e falar sobre a ideia maior da jornada e do prêmio – e o que é a fonte da juventude”, lembra Krasinski.
A trama nasceu inspirada por um mito que aparece em escritos datados desde o século 5.º a.C. O historiador grego Heródoto foi o primeiro a falar de um povo do Chifre da África que viveria por mais tempo por beber a água da tal fonte. Ao longo dos séculos, encontrar o local mágico foi objetivo de diversos exploradores; até Alexandre, o Grande, que governou a Macedônia, é citado como um deles.
Luke, o personagem de Krasinski – conhecido por séries como The Office e Jack Ryan –, é um explorador moderno, uma espécie de bon vivant clássico de filmes de ação. Ele quer continuar o caminho do pai, também um explorador famoso cujo lema era “o prêmio é a jornada”.
Esse estilo de vida é confrontado pelo de Charlotte, que desistiu da vida de exploradora e agora trabalha como curadora em uma galeria de artes de Londres. Para Krasinski, é um ponto forte do roteiro a forma como o filme faz o espectador refletir sobre como conduz a própria vida. “O que há em sua vida que o faz feliz? Ou o que você quer mudar e melhorar? Achei isso muito interessante”, diz. Natalie Portman concorda. “Há algo quase limitante em viver apenas um caminho. E você sempre pensa: e se eu seguisse caminhos diferentes?”
Trabalhando juntos pela primeira vez, Natalie e Krasinski precisaram desenvolver essa relação de tensão e cumplicidade entre dois irmãos que não veem mais o mundo da mesma forma. “Adoro o fato de que, ao procurar a fonte da juventude, eles são acompanhados pela pessoa que os conhece desde que eram crianças”, diz.
Ação
A Fonte da Juventude éa nova empreitada de Guy Ritchie no streaming depois de sucessos como Guerra Sem Regras (Prime Video) e Magnatas do Crime (Netflix). O diretor ficou famoso por filmes de ação com comédia como Snatch: Porcos e Diamantes e Sherlock Holmes, mas com o novo trabalho faz um resgate de filmes de aventura clássicos, como Indiana Jones.
Eiza González, atriz mexicana que interpreta Esmé, diz que se inspirou em Lara Croft (interpretada por Angelina Jolie na franquia Tomb Raider) para construir sua personagem, uma espécie de guardiã que entra no caminho de Luke e Charlotte por motivos que só ficam claros no final do filme.
Ela lembra que algumas das cenas foram desafiadoras por conta das condições durante as gravações. A produção percorreu locações mundo afora, como Bangcoc, na Tailândia, que abrigou a frenética cena de abertura do longa, e as pirâmides do Egito, onde a equipe passou cerca de duas semanas.
“Às vezes, assistimos a filmes e não pensamos no clima, nas condições em que ocorreram as filmagens ou em nada ao redor”, diz. “No Cairo, tudo era feito ao ar livre, sob o sol, e Guy queria que eu ficasse completamente coberta, como em uma performance no estilo ninja.”
Por outro lado, para Natalie, o ambiente ajudou de outra maneira: “As pirâmides são tão misteriosas. Quando você está lá, pensa: como eles construíram isso há centenas de anos? Isso contribuiu para o mistério e a admiração do que estamos explorando no filme”. (Com informações do Estado de S.Paulo)