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Brasil Fiocruz diz que a transmissão do coronavírus está “extremamente alta” em quase todo o Brasil

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Setor se encontra 4,3% acima do nível pré-pandemia, embora esteja 14,4% abaixo do pico da série histórica, em abril de 2014. (Foto: Alex Rocha/PMPA)

A transmissão comunitária da covid-19 permanece em níveis “extremamente altos” em quase todo o Brasil, um sinal de que a pandemia do coronavírus segue descontrolada no País, segundo um mapa inédito feito por pesquisadores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Com base em dados do SIVEP-Gripe, Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe do Ministério da Saúde, e estimativas corrigidas, eles observaram a evolução do número de hospitalizações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) por data dos primeiros sintomas e constataram que na semana iniciada em 7 de junho, a transmissão comunitária do vírus está “extremamente alta” em todas as Unidades da Federação, com exceção de Roraima e Espírito Santo. Nesses dois últimos, “muito alta”.

Isso quer dizer, segundo Leonardo Bastos, estatístico e pesquisador em Saúde Pública do PROCC (Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz), os 24 Estados e o Distrito Federal têm uma taxa superior à de 10 hospitalização por cada 100 mil habitantes, “valor referência de algo extremamente alto”, diz ele em sua conta oficial no Twitter.

“Muitos estão bem acima, e já estiveram pior”, acrescenta.

Chama-se “transmissão comunitária” a ocorrência de casos sem vínculo a um caso confirmado, em área definida. Ou seja, quando não é mais possível rastrear qual a origem da infecção, indicando que o vírus circula entre as pessoas, independente de terem viajado ou não para o exterior.

Este é o caso do coronavírus no Brasil e em muitos países do mundo.

Bastos ressalva que, embora hospitalizações não sejam necessariamente casos confirmados, “podemos assumir que o número de casos é proporcional ao número de hospitalizações”.

Além disso, acrescenta ele, apesar de nem todas as notificações de SRAG serem associadas à covid, desde março de 2020, “a grande maioria das hospitalizações por SRAG são covid, sim”.

Foguete parado

Portanto, quando se ouve falar de “estabilidade da pandemia de covid-19” no Brasil, isso não significa que ela está, necessariamente, sob controle.

Pelo contrário, os casos permanecem em “um patamar absurdamente elevado, que gera, por consequência, um número altíssimo de internações e de óbitos”, diz à BBC News Brasil Isaac Schrarstzhaupt, cientista de dados e coordenador na Rede Análise Covid-19, iniciativa que reúne pesquisadores para divulgados dados e combater a desinformação sobre a pandemia.

“Eu faço uma analogia com um foguete: deixamos ele decolar e chegar até a estratosfera, e aí ele parou lá em cima. Agora está até subindo novamente”, explica.

“Para ilustrar, no dia 10 tivemos quase 90 mil novos casos notificados. Em um dia. Quantas internações e quantos óbitos sairão desses 90 mil casos só de um dia de notificações?”

Schrarstzhaupt alerta que desde abril tem havido uma “reversão da tendência de queda em patamares elevados”.

Apesar disso, em um último desdobramento da crise do coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse ter pedido ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um parecer para liberar vacinados e recuperados da covid de usar máscaras, ideia criticada por especialistas em saúde pública, uma vez que mesmo quem foi vacinado ou teve a doença ainda pode contrair o vírus e transmiti-lo para outras pessoas.

Bolsonaro voltou a defender a proposta nesta sexta-feira (11), mas afirmou que a decisão final será de governadores e prefeitos. “Eu não apito nada”, ironizou.

O Brasil é o terceiro país em número de casos de covid-19 (17,3 milhões) e o segundo em número de mortes (484 mil). Nas últimas 24 horas, os óbitos em decorrência da doença somaram 2.215. São 141 dias com média móvel de mortes acima de 1 mil.

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