Sábado, 04 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2017
O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) deixou, na manhã deste sábado (01), a cela onde estava preso na superintendência da PF (Polícia Federal) em Brasília. Ele foi levado de avião a Goiânia (GO) para instalar uma tornozeleira eletrônica e depois segue para a sua casa na capital federal.
Na sexta-feira (30), o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou que o ex-assessor do presidente Michel Temer deixasse a cadeia. Fachin converteu a prisão preventiva do ex-deputado em medidas alternativas. Loures será obrigado a ficar em casa das 20h às 6h e também nos finais de semana e feriados.
Rocha Loures também não poderá manter contato com outros investigados, réus ou testemunhas nos processos abertos contra ele. O ex-assessor de Temer está proibido de deixar o País, devendo entregar o seu passaporte às autoridades. Também está obrigado a comparecer à Justiça sempre que chamado para justificar suas atividades e manter o seu endereço atualizado.
Denúncia
Rocha Loures foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, junto com Temer por corrupção passiva. Segundo Janot, Temer usou Loures para receber R$ 500 mil de propina paga por Joesley Batista, dono da JBS/Friboi, que firmou acordo de delação premiada. O presidente e o empresário se reuniram no Palácio do Jaburu, em 7 de março deste ano.
O encontro foi gravado por Joesley sem conhecimento do presidente. Na reunião, Temer indicou Rocha Loures como homem de confiança. Posteriormente, foi marcado um encontro entre o ex-deputado e o executivo da JBS Ricardo Saud. Na ocasião, o ex-deputado foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil em propina.
Palácio do Planalto
Em meio ao terremoto provocado pelo envio da denúncia da Procuradoria-Geral da República à Câmara dos Deputados, Temer encerrou esta semana com um alívio. A decisão de libertar o seu ex-assessor especial Rocha Loures foi recebida com silêncio pelos principais aliados do presidente, mas houve quem comemorasse no Palácio do Planalto.
A decisão do ministro Edson Fachin reduz a pressão sobre o presidente e pode enfraquecer a narrativa do empresário Joesley Batista, o que, consequentemente, fortalece o discurso de Temer, que tem prazo de até dez sessões para se defender na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Outro ponto de alívio para o governo com a soltura de Rocha Loures é o fato de seus advogados já darem como descartada a possibilidade de uma delação premiada do ex-deputado, o que familiares do ex-assessor vinham defendendo em função dos problemas decorrentes da prisão.
Na sexta-feira, logo após a decisão de libertar Rocha Loures, um auxiliar de Temer teve uma reunião interrompida para ser avisado da notícia. Um assessor entrou no gabinete pedindo que aumentasse o volume do canal de TV que divulgava a decisão. (AG)