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Por Redação O Sul | 19 de janeiro de 2019
Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro cobraram que o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) explique 48 depósitos em dinheiro feitos em uma conta dele entre junho e julho de 2017 somando R$ 96 mil e que, se necessário, assuma a responsabilidade por eventuais erros. Na avaliação desses assessores, no entanto, as denúncias envolvendo o nome de Flávio são parte de uma campanha para tentar atingir a família e o governo Bolsonaro.
Flávio Bolsonaro passou a manhã deste sábado (19) reunido com o pai o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. Ele deixou o Palácio Alvorada por volta das 13h30min. O encontro ocorreu um dia após a revelação dos depósitos, identificados em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O governo, no entanto, tenta afastar a crise do presidente. O secretário especial de Comunicação do governo Bolsonaro, Floriano Barbosa, deu o tom de como o Palácio do Planalto decidiu tratar o assunto: “Esse assunto não é referente ao Poder Executivo nem ao Planalto”, limitou-se a dizer.
48 depósitos em espécie na conta de Flávio Bolsonaro
O relatório do Coaf encontrou 48 depósitos em espécie na conta de Flávio entre junho e julho de 2016. As operações foram concentradas no terminal de autoatendimento da Assembleia Legislativa do Rio, onde o senador eleito atuava como deputado estadual na época. Ainda segundo o documento, foram identificados depósitos em valores idênticos na conta do parlamentar em intervalo de poucos minutos. Em uma das datas analisadas, por exemplo foram feitos dez depósitos de R$ 2 mil em um intervalo de cinco minutos.
Assessor movimentou R$ 1,2 milhão
O episódio é um desdobramento das investigações que começaram a partir de outro relatório do Coaf que apontou movimentações atípicas na conta do ex-assessor Fabrício Queiroz, que trabalhou para Flávio. O documento mostrou que, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão. O ex-assessor recebeu depósitos de oito assessores e ex-assessores do gabinete em sua conta. Entre as movimentações, estão cheques que somam R$ 24 mil de Queiroz para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. Bolsonaro disse que foi o pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil.