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Por Redação O Sul | 19 de abril de 2017
Maurice Obstfeld, economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional) afirmou na manhã desta terça-feira (18), na abertura do encontro anual de primavera da entidade, na capital americana, que o Brasil deu “boas surpresas” à economia mundial no começo do ano. Ele se mostra mais otimista com a economia global, inclusive afirmando que a previsão de crescimento mundial de 3,5% para este ano pode ser superado.
Sem dúvida vemos aspectos positivos no aumento da confiança e do nível de investimento mundial. Neste primeiro trimestre tivemos surpresas positivas do Japão, da China e do Brasil. Existe a possibilidade que nossas previsões sejam superadas – disse ele em uma entrevista coletiva.
Oya Celasun, diretora da divisão de estudos econômicos mundiais do FMI, afirmou que a situação política inspira cuidados, mas vê chances de avanços no país.
“Sabemos que há mais investigações sobre corrupção no Brasil e isso é uma fonte de incertezas, tendo em conta o entorno político, mas vemos avançar as reformas necessárias, nesta semana se reiterou a necessidade de se manter reformas, sobretudo a reforma da previdência”, disse ela. “Se o Brasil conseguir aprovar reformas pode garantir às contas públicas uma condição mais sustentável, assim como ao crescimento (econômico).”
Ela ainda destacou, assim como Obstfeld havia feito minutos antes, que o Brasil gerou boas notícias econômicas, embora o país ainda tenha previsão de crescimento de 0,2% para este ano, a menor entre as principais nações detalhadas pela instituição. “Os indicadores de atividades para os dois primeiros meses do ano estão mais sólidos” disse Oya.
Obstfeld disse que a turbulência financeira que marcou o primeiro semestre do ano passado. Segundo ele, parece que a economia está na direção correta. Ele afirmou, contudo, que ainda há riscos, sobretudo por governos que estão defendendo o protecionismo de suas economias. Obstfeld lembra que o comércio internacional intensifica o crescimento e as reduções das desigualdades. (AG)