Brasil FMI reduz expectativa e prevê queda de 1,5% no PIB do Brasil em 2015
Por Redação O Sul | 10 de julho de 2015
O FMI (Fundo Monetário Internacional) aumentou a expectativa de encolhimento da economia do Brasil em 2015. Segundo relatório divulgado nessa quinta-feira, a previsão passou para contração de 1,5% no PIB (Produto Interno Bruto), uma piora em relação à estimativa anterior, de redução de 1%. Para 2016, a previsão ainda é de crescimento, porém a projeção de expansão diminuiu de 1% para 0,7%.
O fundo vem reduzindo as expectativas para o crescimento da economia brasileira para 2015 consecutivamente. No relatório de janeiro, a previsão era de crescimento de 0,3% para 2015 e de 1,5% para 2016. Em outubro de 2014, esperava-se, para 2015, crescimento de 1,4%. Em julho de 2014, de crescimento de 2%. Em abril de 2014, de 2,7%.
Crescimento mundial
A previsão de expansão da economia mundial também entrou em desaceleração. O FMI prevê crescimento de 3,3% em 2015, uma queda em relação à previsão de 3,5% do relatório de abril.
O crescimento da economia dos países emergentes e em desenvolvimento deve desacelerar em 2015, passando de expansão de 4,6% em 2014 para 4,2% em 2015. O fundo justifica a projeção apontando que os países desse grupo devem sofrer o impacto da queda dos preços das commodities, especialmente os exportadores do petróleo – caso do Brasil.
No mesmo grupo de países, outra previsão de queda do PIB neste ano do FMI é a da Rússia. O fundo estima uma contração de 3,4% da economia russa – número que representa melhora em relação à estimativa anterior, de recuo de 3,8%.
Já as previsões para a China e para a Índia se mantiveram estáveis nesse cenário. O FMI prevê que esses países cresçam 6,8% e 7,5%, respectivamente.
Para as economias avançadas, a projeção é de aquecimento em 2015. O FMI estima que o crescimento de países desse grupo passe de 1,8% em 2014 para 2,1% em 2015. A previsão representa uma piora em relação à estimativa anterior, de 2,4% de expansão. Para os EUA, a projeção de crescimento para 2015 ficou menor, passando de 3,1% para 2,5%.
A estimativa de aumento para a zona do euro se manteve estável. O fundo prevê que o grupo tenha expansão econômica de 1,5% em 2015, com acréscimo de 1,7% da Alemanha, 1,5% da França, 1,2% da Itália e de 2,5% da Espanha.
Grécia
O diretor do departamento de pesquisa do FMI, Olivier Blanchard, atribuiu a recessão no Brasil a uma combinação de duas forças: confiança baixa nos negócios e no consumo e o ajuste fiscal. Ele disse que a recessão é esperada no curto prazo, mas que o País voltará a crescer no ano que vem.
A crise na Grécia não teria tanta influência sobre a economia global devido ao peso de sua economia na Europa e no mundo, já que só representa 2% da zona do euro, pontuou o diretor. “Se as coisas forem mal na Grécia, o resto do mundo vai sobreviver relativamente bem”, afirmou. Ele enfatizou, contudo, a necessidade de se chegar a um acordo com o país.
Blanchard espera um crescimento mais fraco da China, porém manteve a previsão de crescimento do PIB em 6,8%. O diretor anunciou que deixará o FMI. Perguntado se estaria pronto para fazer uma autocrítica, já que o fundo é um dos credores da Grécia, respondeu que “sim, claro. Estaremos em contato”, ironizou. (AG e Folhapress)
