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Política Fora da comitiva de governadores de direita ao Rio, Tarcísio de Freitas busca evitar temas nacionais ou protagonismo na crise de segurança

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Tarcísio de Freitas alegou problemas de agenda e participou de forma remota da reunião, por videoconferência. (Foto: Pablo Jacob/Governo do Estado de SP)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), decidiu não integrar uma comitiva de mandatários de outros Estados que foi ao Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (30), para tratar de esforços coletivos após a operação nos complexos da Penha e do Alemão, na capital fluminense, que vitimou 121 pessoas. Tarcísio de Freitas alegou problemas de agenda e participou de forma remota da reunião, por videoconferência.

Às 15h, ele anunciou repasses de recursos da saúde a municípios paulistas em evento no Palácio dos Bandeirantes. Segundo informações do jornal O Globo, Tarcísio quer evitar assuntos nacionais ou assumir um protagonismo na atual crise de segurança.

“Ele está em uma fase de não entrar em nenhum problema que não seja do estado de São Paulo”, disse um secretário próximo do governador. “Se fosse (ao Rio), traria os holofotes do Cláudio para ele. Seria o líder dos governadores. Não quer isso nesse momento”, afirmou.

Outra fonte ouvida pela reportagem afirmou que Tarcísio manterá uma “distância segura” da operação policial de Cláudio Castro (PL). Na quarta-feira, o governador de São Paulo deu apenas uma declaração via redes sociais e no final da noite, na qual afirmou que o “crime organizado é um risco maior que fiscal’ para o Brasil.

O cálculo político demonstra coerência com a postura do governador nas últimas semanas, de não se vincular publicamente a assuntos de interesse nacional e reduzir a quantidade de aparições que possam ser interpretadas como movimentos em direção a uma candidatura presidencial em 2026.

Segundo a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, Tarcísio compartilhou com outros governadores ontem, de maneira reservada, a opinião de que a operação do Rio foi necessária e que, por se tratar de áreas controladas pelo tráfico, não haveria como entrar no local sem violência.

A operação no Rio se tornou a mais letal da história do país, superando o massacre do Carandiru, em 1992, quando a Polícia Militar do Estado de São Paulo matou 111 detentos durante uma rebelião na penitenciária da capital paulista. Em terceiro lugar na lista está justamente uma operação ocorrida durante o governo Tarcísio.

Em julho de 2023, a Secretaria de Segurança Pública do Estado, comandada pelo deputado federal bolsonarista Guilherme Derrite (PL), deu início a uma operação sangrenta no litoral paulista em decorrência da morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota. Somando-a à operação Verão, que ocorre na virada de ano até o mês de abril, foram 84 mortes.

À época, entidades de defesa dos direitos humanos e o ouvidor da PM paulista acusaram o governo do estado de agir por “vingança” e denunciaram abusos. Confrontado com a possibilidade de procurarem organizações internacionais, Tarcísio respondeu que não estava “nem aí” e defendeu a legalidade das condutas dos agentes.

Tarcísio se limitou a emitir uma nota nas suas redes sociais em que mira apenas de forma indireta no governo do presidente Lula e presta solidariedade a Castro. O material afirma que o Brasil apresenta falhas no controle de fronteiras, por onde entra o armamento usado pelo Comando Vermelho, e que a “guerra” contra o tráfico requer domínio territorial, o que pressupõe apoio ao método de confronto direto nas comunidades que coloca a população dessas áreas em risco.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) anunciou nessa quinta-feira a criação de um “consórcio da paz” junto a governadores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, dois dias depois da operação policial mais letal da história do estado. O encontro, realizado no Palácio Guanabara, serviu de plataforma para críticas e cobranças ao governo Lula (PT) na área de segurança, em meio à tentativa do Palácio do Planalto de acelerar a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública no Congresso. A proposta é alvo de críticas de governadores de direita.

Castro recebeu no Palácio Guanabara chefes de outros cinco estados nesta quinta. A reunião, que procurou sinalizar solidariedade a Castro após a megaoperação de terça-feira com 121 mortos na capital fluminense, contou com as participações presenciais dos governadores de Minas, Romeu Zema (Novo); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL); do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PP); e da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP).

Já o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), que esteve em compromissos na capital paulista nessa quinta, disse que não conseguiu embarcar para o Rio a tempo da reunião com Castro. As informações são do jornal O Globo.

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