A formação do ministério de Michel Temer ao estilo colcha de retalhos tem vínculo direto com a manutenção dos votos no Senado a favor do impeachment. Nesta conta entrou Romero Jucá, que acabou afastado por denúncias. Nos corredores do Palácio do Planalto, existe a certeza: o presidente só terá liberdade para escalar uma equipe de notáveis se vencer a etapa que depende de votação dos parlamentares até novembro.
ALTÍSSIMO RISCO
Sérgio Machado, conhecido como Míster Denúncia, presidiu a Transpetro, braço naval da Petrobras, responsável por mais de 7 mil quilômetros de gasodutos e 21 terminais logísticos. Em 13 anos administrou 100 bilhões de reais em receitas. Que temeridade!
TIRO N’ÁGUA
O que os senadores José Sarney, Romero Jucá e Renan Calheiros disseram nas gravações não configuram provas nem podem se enquadrar como delito. São apenas destruidoras para a imagem de quem protagonizou.
ARMA EM PUNHO
Em meio à crise econômica sem precedentes, a oposição ao governo interino anda à procura de alvos. Prosseguirá sem distinguir o que é o importante, o prioritário e o urgente. Isso não interessa.
FICA
Se vier a ser expulso do PDT, hoje, por ter votado a favor do impeachment, o deputado federal Giovani Cherini continuará como coordenador da bancada gaúcha. Conta com o reconhecimento pelo empenho.
ANTES E DEPOIS
A 30 de maio de 2015, o vice-presidente e articulador político Michel Temer disse que “o governo cometeu equívocos no primeiro mandato de Dilma”. Entre eles, citou as pedaladas fiscais. Pediu compreensão até que as medidas de correção de rumo no País surtissem efeito.
Em dezembro ano passado, cansou e rompeu.
PERSISTÊNCIA
A família Marroni, símbolo do PT na Zona Sul, vai concorrer pela sexta vez à Prefeitura de Pelotas. Em cinco eleições com Fernando, venceu duas: 2000 e 2004. Agora, irá a deputada estadual Miriam Marroni.
SILÊNCIO COMPROMETEDOR
Em vez de reclamar, empresários silenciam diante do custo tributário indireto chamado imposto oculto. É o que leva a onerar a produção e à onda de desemprego.
SEM EFEITO
O presidente Mauricio Macri anunciou perdão para argentinos com dinheiro no exterior. A ideia lançada em 1982 por Delfim Netto no Brasil e não funcionou.
RÁPIDAS
* O governo do Estado, a cada final de mês, navega entre o possível e o provável.
* Reduzir o percentual da dívida com a União é um paliativo e não resolverá os graves problemas.
* Sebastião Melo e Vieira da Cunha marcaram encontro para amanhã. Vão tratar da eleição em Porto Alegre.
* Só prospera entre desinformados a tese de que as gravações de Sérgio Machado vão frear a Lava Jato.
* Emissoras de TV perdem a chance de bater recorde de audiência. Bastaria reunir Dilma Rousseff e Eduardo Cunha num debate.
* Retrato brutal: 25 por cento dos jovens brasileiros estão desempregados.
* Mais uma para a série Coisas Nossas, Muito Nossas: afastado da Presidência da Câmara, Eduardo Cunha custa 541 mil reais por mês aos cofres públicos.
* Investigação dirá se é das empresas aéreas ou do governo federal a autoria da frase “queiram apertar os cintos”.
