Sexta-feira, 17 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de novembro de 2015
O Ministério da Saúde afirmou, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11), que está investigando o aumento de casos de microcefalia no Nordeste. O Ministro da Saúde, Marcelo Castro, declarou estado de emergência em saúde pública por causa da situação. “Todas as hipóteses estão sendo avaliadas”, disse o ministro.
A declaração foi causada pelo aumento do número de casos de microcefalia (condição em que o tamanho da cabeça é menor do que o normal para a idade) em recém-nascidos naquele Estado. Os registros do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (Sinasc) demonstram que, de janeiro a setembro, 20 bebês nasceram com essa alteração no crescimento do cérebro – 70% só em agosto e setembro.
O aumento pode ser explicado por diversos motivos, incluindo infecções congênitas – aquelas transmitidas pela mãe ao filho durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Os especialistas também investigam uma possível relação entre esses casos recentes de microcefalia com quadros de infecção causados pelo vírus da dengue, chicungunha ou zika durante a gestação, especialmente no primeiro trimestre da gravidez, período crucial para o desenvolvimento do cérebro do bebê.
“Vamos fazer uma busca ativa para analisar se o aumento do número de recém-nascidos com microcefalia está ocorrendo também em outros Estados do Brasil”, acrescenta Adélia. Para ela e outros médicos que participam desse trabalho de análise, essa elevação é muito expressiva, especialmente se for levado em consideração o cenário extraoficial percebido nos últimos 15 dias – e que ainda não está nos registros do Sinasc. “Em duas semanas, observamos 26 novos casos de microcefalia em recém-nascidos. ”, diz o médico Carlos Brito, pesquisador colaborador do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco.