Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de abril de 2025
A instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes em descontos em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS foi discutida nesta quarta-feira durante reunião de líderes partidários na Câmara dos Deputados. A oposição conseguiu as assinaturas necessárias (171) para a instalação da CPI, mas não ficou decidido quando isso vai ocorrer.
Na reunião, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ressaltou a quantidade de pedidos de CPIs na frente, de acordo com líderes que participaram da reunião.
— Hugo falou que existem 12 pedidos de CPI na frente. Temos receio de ficar no Fla x Flu aqui e não investigar nada. Eu não acho que uma CPI presidida pelo PL vai ajudar neste momento — disse o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).
O petista ressaltou que a investigação está sendo feita pela Polícia Federal (PF) e a Controladoria Geral da União (CGU). O líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), também ressaltou a quantidade de CPIs na “lista de espera”:
— Só pode ter cinco por vez, temos que seguir a fila.
A regra da Câmara estabelece que só podem funcionar cinco CPIs de forma simultânea. Porém, a oposição pode retirar pedidos ou Motta indeferir solicitações.
— Hugo disse que vai analisar a fila de CPIs, ver os temas ainda pertinentes ou não. Em princípio, a fila teria que ser obedecida. O que a oposição poderia fazer é pedir para outros requerimentos de CPI deles, que estão na frente, serem retirados. O governo, claro, vai trabalhar para que não aconteça a CPI — disse o deputado Doutor Luizinho (PP-RJ).
Entenda a operação
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram na semana passada uma megaoperação para combater descontos não autorizados em aposentadorias e pensões pagas pelo INSS. O chefe do órgão, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo por decisão judicial e depois demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A operação, que envolveu centenas de policiais e auditores, foi autorizada pela Justiça do Distrito Federal para combater um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. As investigações apontam que a soma dos valores descontados chega a R$ 6,3 bilhões, entre 2019 e 2024, mas ainda será apurado qual porcentagem foi feita de forma ilegal.
As investigações apontaram que havia descontos sobre valores pagos mensalmente pelo INSS como se os beneficiários tivessem se tornado membros de associações de aposentados, quando, na verdade, não haviam se associado nem autorizado os descontos.
Após a operação, o governo suspendeu todos os acordos que previam desconto nas aposentadorias. As informações são do portal O Globo.