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Mundo Fronteira do Brasil com o Paraguai vive série de execuções. Polícias dos dois países caçam grupos de extermínio

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Grupos de extermínio mataram 6 pessoas em uma semana. (Foto: Divulgação)

As polícias do Brasil e do Paraguai investigam a possível ação de grupos de extermínio em cidades da linha de fronteira entre os dois países. Só nesta semana, seis pessoas foram assassinadas com características de execução em Ponta Porã, no Sul do Mato Grosso do Sul, e em sua vizinha paraguaia, Pedro Juan Caballero. Duas vítimas tiveram as mãos decepadas e uma também foi degolada e esquartejada.

A nova onda de violência assusta os moradores das duas cidades. Em todos os casos, os criminosos se disseram “justiceiros” e deixaram mensagens com ameaças a supostos ladrões.

As duas cidades formam a principal base do crime organizado na fronteira e a polícia brasileira não descarta possível ligação dos crimes com a atuação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que passou a controlar o tráfico de drogas e armas na região. Conforme a Secretaria de Segurança do Mato Grosso do Sul, só no lado brasileiro 51 pessoas foram executadas este ano.

Os dois últimos assassinatos aconteceram neste domingo, dia 1º, em Pedro Juan Caballero. Os brasileiros Robson Martines de Souza, de 21 anos, e Jeferson Martines de Souza, de 18, foram atacados a tiros por ocupantes de uma caminhonete, próximo da linha de fronteira. A polícia paraguaia recolheu mais de 30 cápsulas de projéteis no local. Eles seriam primos. Próximo dos corpos, a polícia encontrou um bilhete de cartolina verde, com um alerta feito em espanhol. “Nós, os justiceiros da fronteira, deixamos bem claro a todos que não vamos permitir roubo na fronteira de gente trabalhadora.”

Na última quinta (29), um homem foi sequestrado em Ponta Porã e seu corpo foi encontrado algumas horas depois, decapitado e esquartejado. O carro usado pelos sequestradores, um Toyota Corolla preto, foi encontrado em chamas, à margem da BR-463, que liga Ponta Porã a Dourados (MS). Testemunhas disseram à polícia que homens encapuzados perseguiram a vítima, identificada como Eduardo Alvarenga Gonzales. Depois de atingi-lo com tiros, os criminosos o puseram ainda vivo no porta-malas do Corolla.

Junto ao corpo foi achado um bilhete com um aviso sobre quem seriam os próximos alvos. “Atenção Celso Gonçalves e Leandro Gonçalves (Surubim) voceis (sic) são os próximos”. Equipes da Polícia Civil de Ponta Porã e do Departamento de Operações da Fronteira (DOF) investigam os casos no lado brasileiro e trocam informações com a Polícia Nacional do Paraguai. Até a tarde de sexta-feira (30), nenhum suspeito tinha sido preso.

Entre as vítimas está um casal de namorados paraguaios, assassinado na segunda-feira em uma choperia de Pedro Juan Caballero. Mateo Martinez Armoa, de 21 anos, e Anabel Centurion Mancuelo, de 22, foram executados com mais de 30 tiros. Ao lado dos corpos, a polícia encontrou um recado em espanhol: “Favor não roubar. Ass: Justiceiros da Fronteira”. O casal comemorava o aniversário dela. A polícia acredita que o alvo dos pistoleiros era o rapaz, que levou a maioria dos tiros. Mateo era procurado por roubo pela polícia paraguaia desde 2018. A jovem ainda foi socorrida, mas não resistiu. Tortura.

Na terça-feira passada (27), a polícia de Pedro Juan Caballero encontrou o corpo do jovem Derlis Alonso Cardoso, de 17 anos, com sinais de tortura. Ele teve as duas mãos cortadas. Em alguns países árabes, cortar as mãos era uma forma legal de punição aos condenados por roubo. Sobre as pernas da vítima, a polícia encontrou uma folha de papel com a mensagem em espanhol: “Assinado: Os vigilantes. Estamos de volta, é só o começo. Morte aos ladrões”.

Os casos de morte com violência não param aí. No dia 18 de maio, três homens foram mortos a tiros na cidade paraguaia de Yby Yaú, próxima da fronteira com Ponta Porã. Junto aos corpos, os criminosos colocaram um cartaz com o aviso: “Não roubem”. Uma das vítimas, de 29 anos, foi retirada à força de dentro de casa e, antes de ser morta, teve uma das mãos decepada.

Conforme o secretário de Segurança do Mato Grosso do Sul, Antônio Videira, as mortes podem ser uma ação de traficantes contra pessoas envolvidas em roubos. Ligação com o PCC. “Os crimes contra o patrimônio causam clamor público e enchem a região de polícia e isso atrapalha o negócio deles”, explicou Videira, que não descarta uma possível ligação desses crimes com o PCC.

Segundo o secretário, as investigações acontecem também do lado brasileiro, pois uma das vítimas foi sequestrada no Brasil. “Além disso, vários corpos foram deixados no lado brasileiro”, disse.

Para Videira, há indícios de envolvimento do crime organizado. “Lá não admitem ladrões, pois estes atraem a polícia. Essas organizações criminosas têm sofrido muito prejuízo com a apreensão de drogas. Foram mais de 470 toneladas só este ano.”

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