Domingo, 16 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de dezembro de 2018
Anunciada nessa quinta-feira para o comando do futuro Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos do governo de Jair Bolsonaro, a advogada, assessora parlamentar e pastora evangélica Damares Alves disse que deseja “um Brasil sem aborto”. Para isso, ela ressaltou a necessidade de políticas voltadas para o planejamento familiar.
Vinculada ao gabinete do senador Magno Malta (PR-ES), a futura responsável pelas políticas públicas federais para o sexo feminino associou a questão à falta de alternativas: “Eu acho que nenhuma mulher quer abortar, as mulheres chegam até o aborto porque possivelmente não foi lhe dada uma outra opção”, declarou.
“O aborto não desengravida nenhuma mulher. Ela caminha o resto da vida com o aborto. Se a gravidez é um problema que dura só nove meses, eu digo para vocês que o aborto é um problema que caminha a vida inteira com a mulher”, acrescentou.
Segundo ela, a nova pasta das Mulheres irá lidar com a “proteção de vidas, em vez de mortes”. “Queremos um Brasil sem aborto. De que forma? Um Brasil que priorize políticas púbicas de planejamento familiar, que o aborto nunca seja considerado, e visto nessa nação, como um método anticonceptivo.”
Damares defendeu que a legislação atual, que permite o aborto em condições específicas, não deve ser alterada. “Quando é oferecido para a mulher uma outra opção, a mulher pensa duas vezes. […] Dá para a gente trabalhar apenas essas situações e a gente lutar para salvar as duas vidas, a da mulher e a do bebê”, observou.
Atualmente, a legislação permite o aborto em três situações: quando a gravidez é resultado de estupro, quando há risco de vida para a mulher e quando o feto tem constatada a anencefalia.
Violência contra LGBT
A próxima titular da pasta foi indicada oficialmente para o primeiro escalão de Jair Bolsonaro em uma entrevista coletiva concedida pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na tarde dessa quinta-feira.
Aos jornalistas, Damares Alves afirmou que, na opinião dela, a discussão sobre a pauta LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) é “delicada” e que no Brasil “foi criada uma falsa guerra entre cristãos e LGBT”.
“Vamos mostrar que essa guerra não existe”, declarou a futura ministra dos Direitos Humanos. Ela também assegurou que a pasta fará “seriamente o enfrentamento” à violência contra a comunidade LGBT.
“Que fique bem claro: se precisar, estarei nas ruas com as travestis. Se precisar, estarei na porta das escolas com as crianças que são discriminadas por sua orientação sexual. A violência contra qualquer pessoa, por qualquer motivação, vai ser prioridade deste governo”, prometeu.