Ao renegociar as dívidas dos Estados com a União, o presidente Michel Temer abre mão de 50 bilhões de reais até 2018. Em contrapartida, queria que os governadores reduzissem as despesas, o que não se consumou na votação do Congresso. O que acontecerá dentro de dois anos: os devedores voltarão a Brasília com o chapéu na mão em busca de novo socorro.
HÁ SAÍDA
A falta de transparência esconde em si certa ilegalidade, fazendo com que paguemos sem saber. O remédio é uma profunda reforma no sistema tributário, que dê mais clareza. Ao mesmo tempo, permita a distribuição racional da receita, hoje concentrada no governo federal.
TINHA RAZÃO
Bastou tapar os rombos para a Petrobras apresentar lucro no balanço do 2º trimestre deste ano.
John Rockefeller costumava dizer que “o melhor negócio do mundo é uma companhia de petróleo bem administrada e o segundo melhor é uma companhia de petróleo mal administrada”.
REGRA DO JOGO
Um dos efeitos da proibição da doação de verbas de empresas às campanhas eleitorais: até o final do 2º turno, a 30 de outubro, os maiores partidos manterão equipes para o monitoramento das despesas dos adversários. A qualquer sinal de exagero, recorrerão ao Ministério Público Eleitoral para denunciar, acionando ao mesmo as assessorias de Comunicação Social que buscarão dar repercussão.
INDISPENSÁVEL
Durante a campanha, os eleitores não podem deixar de perguntar aos candidatos sobre o descompasso entre o orçamento previsto e a realidade financeira. É onde começam os dramáticos déficits.
PROTEÇÃO
O bem-humorado José Carlos Vieira, na coluna Fala Zé, do Correio Braziliense, certa vez entrevistou um candidato imaginário sobre projetos. A resposta: “Criarei o FPC, Fundo de Proteção ao Corrupto, para ajudar meus colegas que não têm dinheiro para pagar um advogado ou uma cela cinco estrelas com TV de plasma e com saidão no final de semana.”
FIM DE FESTA
Trecho inicial de comentário Marcelo Cantelmi, editor internacional do jornal Clarin, de Buenos Aires:
“A comparação feita por um diplomata sul-americano, sob a condição do anonimato, é afiada e brutal: O Mercosul é a mesa depois do banquete, ainda com sobras nos pratos e as taças manchadas com restos de vinho.E aí aparece a Venezuela tropeçando, aferrada à toalha da mesa”.
RÁPIDAS
* Não há motivo para estender por mais quatro semanas na Câmara Municipal a votação sobre o Uber.
* Motoristas dispensados pelo Uber vão entrar na Justiça reivindicando direitos por vínculo de trabalho.
* Frase do dia: reforma no benefício dos outros é refresco.
* Alerta aos candidatos de primeira viagem: em caso de eleição, aparecerão mais parentes do que imaginam.
* Grandes cartazes nas lojas de Buenos Aires não escondem: liquidação motivada pela crise.
* Deu no site: “CPI da Máfia do Futebol encerra trabalhos sem votar relatório final.” Deixa impressão de que roubaram a bola.
* Na política, assim como no boxe, há os que só conseguem bater na porta.