Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de junho de 2015
O governo brasileiro lamentou a decisão da Turquia de chamar para consultas o embaixador turco em Brasília, em sinal de contrariedade ao reconhecimento do genocídio armênio pelo Senado. A moção, proposta pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presta homenagem às vítimas do massacre, que completou cem anos em 24 de abril, e “ressalta que nenhum genocídio deve ser esquecido para que não volte a acontecer”.
Em nota divulgada nesta terça-feira, o Itamaraty também criticou o comunicado da Chancelaria turca, dizendo que a Câmara Alta do Legislativo brasileiro “distorce a realidade” ao aprovar o voto de solidariedade. “O Senado agiu dentro de suas prerrogativas constitucionais e em consonância com o princípio da independência de Poderes consagrada pela Constituição brasileira”.
O governo brasileiro disse esperar que as relações com Ancara possam voltar à normalidade mesmo após o voto de solidariedade ao genocídio armênio.
Tradicionalmente, a Turquia demonstra seu repúdio aos Estados e entidades que qualificam de genocídio o massacre de cerca de 1,5 milhão de armênios pelo Império Turco-Otomano em 1915, durante a Primeira Guerra Mundial. Para os turcos, a morte em série de armênios foi uma batalha dentro da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que não teve o componente sectário para ser qualificado como um genocídio, assim como o Holocausto judaico. (Folhapress)