Variedades Globo de Ouro mantém premiação, mas sem festa com transmissão pela TV após escândalos e rebelião de artistas
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2021
Os responsáveis pelo Globo de Ouro confirmaram a realização da premiação em 2022, mesmo sem a transmissão da cerimônia na TV após uma série de escândalos envolvendo o prêmio – com direito inclusive a boicote de atores, atrizes e outros membros da cadeia produtiva de Hollywood.
A realização da premiação, com o anúncio dos vencedores, foi confirmada em comunicado enviado pelos executivos da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, organizadora do prêmio, ao site da revista Variety.
O texto confirma o anúncio dos vencedores, celebrando as melhores performances e os trabalhos de destaque de 2021, mas sem dizer quando o anúncio será feito e sem explicar o formato da cerimônia. A Variety cogita inclusive que o anúncio ocorra em uma coletiva de imprensa, sem festa.
Caso seja confirmada a hipótese levantada pela Variety, não seria a primeira vez que os vencedores do Globo de Ouro são anunciados em coletiva de imprensa sem festa. O mesmo ocorreu em 2008, durante a greve organizada pelo sindicato dos roteiristas de Hollywood.
O breve comunicado da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood diz: “Planejamos reconhecer as performances de 2021 e celebrar o grande trabalho da indústria no último ano durante o 79º Globo de Ouro”.
Junto com o comunicado foi confirmado o envio de cartas aos estúdios de Hollywood com as listas de critérios de elegibilidade para os filmes e as séries que possam concorrer na cerimônia.
O cancelamento da transmissão da cerimônia de 2022 foi anunciado pelo canal de TV NBC após a divulgação dos vários escândalos envolvendo dirigentes e outros membros da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood. O canal disse que cogita voltar a transmitir a cerimônia a partir de 2023 caso sejam implantadas mudanças severas nos critérios e nas estruturas do prêmio.
Alvo de críticas enfáticas e de sugestões de boicote de atores e atrizes, a Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood divulgou um comunicado no último mês de maio listando propostas de reformas internadas tendo como foco o aumento do número de integrantes da organização, tendo em vista uma maior diversidade de seu eleitorado.
Um dos pedidos de boicote ao prêmio partiu da atriz Scarlett Johansson. Ela divulgou um comunicado dizendo: “Como atriz que promove um filme, espera-se participemos da temporada de premiações, com coletivas de imprensa e também aparecendo nos eventos ao vivo. No passado, isso geralmente significava enfrentar questões sexistas de certos membros da HFPA que beiravam o assédio sexual. É a razão exata pela qual eu, por muitos anos, me recusei a participar de suas conferências”.
“A HFPA é uma organização que foi legitimada por nomes como Harvey Weinstein para ganhar o reconhecimento da Academia, e o setor seguiu o exemplo. A menos que haja uma reforma fundamental dentro da organização, acredito que é hora de dar um passo atrás e nos concentrar na importância e na força da unidade dentro de nossos sindicatos e da indústria como um todo.”
O ator Mark Ruffalo também se posicionou: “Sinceramente, como um vencedor recente de um Globo de Ouro, não consigo mais me sentir orgulhoso ou feliz por ter recebido este prêmio.”
Já a CEO da organização GLAAD, voltado para o fomento da diversidade na mídia norte-americana, Sarah Kate Ellis, criticou as propostas de mudança no Globo de Ouro: “Não é suficiente apenas dizer que está trabalhando para ter um certo número de membros negros. É hora da associação e o Globo de Ouro refletirem verdadeiramente toda a diversidade interseccional de Hollywood.”
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