Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2016
A GM (General Motors) lançou no País projeto piloto de compartilhamento de carros, ou car-sharing, como é conhecido globalmente. O programa consiste em ter uma frota de veículos da marca que pode ser alugada por hora, por exemplo, para um trajeto da casa ao trabalho do usuário.
O programa, chamado de Maven, foi lançado pela companhia nos Estados Unidos em janeiro, e o Brasil é o segundo país a adotá-lo. “Não estamos assistindo só de longe ao debate sobre mobilidade, estamos sendo atores”, declara o vice-presidente da GM, Marcos Munhoz.
Fases.
Em fase de testes desde março na fábrica de São Caetano do Sul (SP), só para funcionários, o programa tem 800 inscritos, dos quais 220 já alugaram carros, inclusive em fim de semana. Por enquanto, apenas sete unidades do Cruze estão disponíveis, todas equipadas com o sistema multimídia Mylink. Por meio dele, o usuário pode baixar programa no celular para fazer a reserva e também destravar e travar a porta do carro. A chave fica no interior.
O formato de compartilhamento no teste permite ao usuário pegar e devolver o automóvel no mesmo local. O próximo passo, previsto para o fim deste ano, é iniciar o serviço (com dez carros) em um grande condomínio de São Paulo, informa o presidente da GM, Santiago Chamarro.
Em outra etapa, o formato permitirá a retirada ou entrega de veículos em pontos específicos da cidade – a exemplo do que ocorre com as bicicletas. “Para isso será necessário fazer parcerias com as prefeituras para obter vagas específicas para os carros”, ressalta Samuel Russel, diretor dos programas OnStar e Marven da GM. Também são possíveis convênios com redes de estacionamento.
A terceira etapa é adotar o sistema existente na Europa, em que o usuário pode pegar e entregar o carro em qualquer parte da cidade. Até chegar a essa fase, explica Russel, será preciso ter um cadastro com número compatível de usuários e áreas em que são viáveis o procedimento.
No projeto piloto em São Caetano, o usuário paga 35 reais por hora de uso do carro ou 210 reais pela diária, valores que incluem combustível e seguro. Ao longo do tempo, a GM quer incluir no Maven toda sua gama de produtos, do compacto Onix ao luxuoso Camaro.
Ameaça.
Nos EUA, a GM tem outros programas de mobilidade, como a parceria com a Lyft, concorrente do Uber, para o desenvolvimento de uma rede de automóveis autônomos. A montadora vai investir 500 milhões de reais no projeto.
As iniciativas da GM usam como base pesquisa global mostrando que 37% dos donos de carros atualmente abririam mão da propriedade do veículo se houvesse outras soluções para a locomoção, sem incluir o modelo tradicional de transporte. Dos entrevistados, 55% acham que as opções de mobilidade hoje são insuficientes.
Russell afirma que a GM não teme que o aumento de programas de compartilhamento seja uma ameaça ao negócio da marca. A visão é de que haverá uma transferência de vendas para empresas frotistas que prestarão os serviços. (AE)