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Economia Golpe do leilão online: criminosos criam domínios falsos de sites para estelionato e tentam vender produtos que não existem

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Leiloeiro Rogério Menezes dá dicas de como não cair em golpes na internet. (Foto: Divulgação/Rogério Menezes)

Tudo parecia real: por meio de um site de leilões, o empresário Rubens Vieira, de 50 anos, se cadastrou para participar de um pregão de um Porsche Cayman S 3.4 H6 2015. A página na internet especificava ser um leilão judicial (ou seja, de um veículo apreendido em processo investigativo e criminal ou de pendências na justiça), exigia que Rubens salvasse os seus dados na plataforma para poder dar o lance desejado, e divulgava o telefone do leiloeiro. Algumas horas depois, o empresário recebeu uma ligação dizendo que conseguira arrematar o carro dos seus sonhos por R$ 160 mil — que, geralmente, fora de leilões, custa cerca de R$ 500 mil. Junto com a chamada telefônica veio o termo de arrematação, com o nome completo do leiloeiro e um número de CNPJ.

Por pouco, o sonho não custou caro demais. Desconfiado dos trâmites que vieram em seguida, como a conta para depósito ser de um banco digital e a insistência para a realização da transferência no mesmo dia, Rubens conversou com um amigo policial, que percebeu a tentativa de golpe e o alertou antes de pagar pelo carro.

A mesma sorte não teve o policial militar Dênis Vieira de Carvalho, de 48 anos, morador de Bauru, no estado de São Paulo. Em abril de 2022, Dênis perdeu R$ 77 mil, dinheiro que pegou emprestado do sogro para comprar um veículo do modelo Polo Highline 200 TSI 2019/2020, em um leilão de um site falso. Durante as negociações, ele chegou a questionar a suposta funcionária da empresa fraudulenta sobre a veracidade do negócio, uma vez que existiam vários sites com o nome do leiloeiro Rogério Menezes. Ela garantiu que o site em que ele estava (https://leilaorogeriomenezes.com/) era o original, e a diferença entre os outros era que eles trabalhavam apenas com veículos recuperados judicialmente. O único site que o leiloeiro recebe lances online é www.rogeriomenezes.com.br.

“Eu acabei fazendo o Pix, mas a mulher que me enrolou sumiu, chegou a me responder no WhatsApp um dia, mas depois mais nada. Fiz um boletim de ocorrência, mas não adiantou”, desabafa Dênis.

Golpes via leilões falsos têm sido mais frequentes desde a pandemia da covid-19, quando os eventos presenciais foram cancelados e os leilões passaram a ser somente virtuais. Acontecem com imóveis, equipamentos de informática, objetos de arte, louças e outros itens, mas um carro é o produto mais procurado nesta modalidade de venda, pois tem valores atraentes e, assim, é ótima alternativa para quem não quer gastar muito na compra de um veículo novo.

Por isso, é preciso atenção para não cair nos golpes de sites falsos de leiloeiros famosos, muitas vezes cópias quase autênticas dos sites oficiais, quando os criminosos criam domínios falsos para as páginas eletrônicas e fazem anúncios online de itens que não existem. O possível comprador acaba efetuando o pagamento e não recebendo pela mercadoria.

O leiloeiro Rogério Menezes, que está no negócio há quase 34 anos, afirma que, em meio a tantos sites falsos e golpes de leilão na internet, o presencial é a melhor forma de evitar cair em uma ação de estelionatários. Para quem não está na cidade em que acontece o leilão presencial, como foram os casos de Dênis e Rubens, há ainda como participar do virtual de forma segura. Rogério destaca pontos que devem ser observados para não correr riscos:

– Verificar se o domínio do site termina em ‘.com.br’. Os sites que terminam com ‘.org’, ‘.net’, ‘.com’ e outras variações diferentes de ‘.com.br’ são de estelionatários. .

– Ler o edital do leilão disponível no site permite que o possível comprador não tenha surpresas a respeito do item que deseja arrematar. Aliás, o site possuir um edital para cada pregão é um ponto de atenção, já que os fraudulentos não disponibilizam o documento que define as regras do jogo.

– Os editais devem divulgar o nome do leiloeiro responsável e o seu número de cadastro em uma Junta Comercial, que é o órgão responsável pelo registro de atividades ligadas a sociedades empresariais.

– É importante frisar que alguns sites fraudulentos de leilões possuem ícone com link para um site falso da Junta Comercial. Portanto, não confie em nenhum link que leve à página do órgão, pesquise no próprio site da autarquia.

– O leiloeiro não é uma empresa, é uma pessoa física. Por isso, o nome da conta para depositar o valor do bem arrematado deve exclusivamente estar no nome do leiloeiro.

– E por falar em conta, o recomendado é que ela seja de bancos tradicionais. Quando é de banco digital, que não existe atendimento presencial, cabe ficar alerta para a possibilidade de um golpe.

– Nunca pague por boletos bancários. O pagamento é sempre à vista via transferência bancária para uma conta corrente. No Brasil, nenhum leiloeiro trabalha com boleto.

– É preciso também estar atento ao valor do bem. Deve-se desconfiar se o produto estiver com um valor muito abaixo do praticado.

– Os golpistas não costumam atender por telefone, apenas por WhatsApp.

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