Domingo, 08 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2015
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Flavio Pereira
O governador José Ivo Sartori aproveitou um ato realizado nessa segunda-feira, com a presença de dezenas de prefeitos, para acenar com um quadro dramático em relação ao pagamento dos salários dos servidores no futuro, caso não consiga da Assembleia Legislativa a aprovação da proposta de aumento das alíquotas do ICMS. Segundo o governador, “queremos mudar o ICMS e precisamos do apoio de toda a Assembleia. Ou é isso, ou as dificuldades aumentarão. E os salários não apenas serão parcelados. De repente, nem salário vai ter”.
Receita para a saúde
O governador José Ivo Sartori estima que, caso consiga aprovar o aumento de alíquotas do ICMS, teria como destinar para a saúde R$ 240 milhões a mais por ano, o que permitiria colocar em dia os repasses atrasados. Hoje, já somam R$ 230 milhões o atraso para hospitais e R$ 200 milhões o atraso no repasse para municípios referentes a 2014 e esse ano.
A extinção de fundações
O governo espera aprovar na tarde desta terça-feira, na Assembleia Legislativa, além do projeto de previdência complementar para os futuros servidores dos três poderes, a extinção de duas fundações – a Fepps (Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde) e a Fundergs (Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul).
Aumento de impostos e custas judiciais
O líder do governo Alexandre Postal começou nessa segunda-feira a articular, com os demais partidos, um acordo para que o projeto que aumenta o acesso do governo “às custas judiciais seja votado na sessão do dia 22. Mesmo dia em que o governo pretende votar o projeto de aumento das alíquotas do ICMS”.
Desgaste político
Um deputado do PP comentou ontem com este colunista que a questão do aumento de impostos poderá obter dentro da bancada progressista um maior número de votos. “É tudo uma questão de convencimento da gravidade do quadro. Não há temor de reflexo eleitoral, e dou o meu exemplo: no passado me posicionei contra aumento de impostos, e colegas que votaram a favor acabaram obtendo, na eleição seguinte, mais votos.”
Fontana defende a volta da CPMF
O deputado federal Henrique Fontana defende a recriação da CPMF para financiar a saúde. Ontem, em Porto Alegre, durante audiência pública em defesa da saúde pública, realizada na Assembleia Legislativa, Fontana justificou sua posição a favor da volta da CPMF: “Defendo a volta dessa contribuição, porque é justa, adequada e garante repasses para municípios, Estados e União. A nova CPMF beneficiará a maioria da população e vai exigir uma contribuição mínima daqueles que ganham mais”.
A revelação do ex-governador
Quem analisou sem paixões a entrevista do ex-governador, concedida no final de semana para a rede RBS de comunicação, entendeu que as declarações de Tarso Genro de certa forma legitimam o discurso catastrófico de Sartori. Afinal, Tarso Genro admitiu que as saídas que teria para enfrentar a escassez de recursos seriam fundamentalmente três: buscar recursos junto à União, ingressar com medidas judiciais buscando obter compensações devidas à CEEE, e apertar a cobrança dos devedores do ICMS. Ou seja, tudo Lana caprina.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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