Sábado, 01 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2025
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), afirmou a deputados federais que se encontraram com ele na quinta (30) que não pretende receber o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no Palácio da Guanabara, sede do governo, para discutir questões de segurança.
Castro afirmou que receberá o magistrado no mesmo local em que se reuniu com os parlamentares: o Centro Integrado de Comando e Controle, que articula a ação das polícias do estado.
Nele há uma ampla mesa redonda e dezenas de monitores que mostram imagens da cidade.
Moraes é o relator da ADPF das Favelas, ação judicial que visa diminuir a letalidade policial nas comunidades do Rio de Janeiro. Ele decidiu visitar o estado após ação policial matar 121 pessoas nesta semana nos complexos da Penha e do Alemão.
Segundo o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), que preside a Comissão de Segurança Pública da Câmara e estava na reunião, Castro afirmou que “a visita de Alexandre não é política. É técnica”.
Por isso o governador decidiu recebê-lo em na unidade da área de segurança. A ideia, segundo integrantes da equipe de Castro, é que o ministro conheça o lugar de onde a operação foi acompanhada, ao vivo, pelo comando das polícias Civil e Militar, por meio de imagens das câmaras corporais dos policiais em campo e também de drones.
Castro disse ainda que mostrará a Moraes os mesmos vídeos da Operação Contenção assistidos pelos deputados.
As imagens selecionadas mostram “ladrões atirando nos policiais, baleando dois deles”, diz Bilynskyj.
“É uma filmagem muito forte, em que cinco ou seis policiais entram em fila na mata e se envolvem em tiroteio com os criminosos. Os dois primeiros são atingidos de cima para baixo, e caem”, diz o deputado.
Não foram exibidas imagens de pessoas sendo atingidas pelos policiais.
Bylinsky afirmou que tanto o governador quanto as autoridades de segurança do Rio demonstraram “zero preocupação” com a visita de Moraes. “Todas as regras da ADPF foram cumpridas”, diz.
“Eles estão seguros. A operação é resultado de uma investigação de um ano. A Justiça autorizou a polícia a fazer 180 mandados de busca e a cumprir 70 de prisão preventiva. Os que morreram não se entregaram, decidiram atacar os policiais”, diz.
Na reunião com os parlamentares, o governo do Rio divulgou que tem estimativas de que 500 criminosos manejam armas no Complexo do Alemão e outros 900, no Complexo da Penha.
As autoridades divulgaram ainda que 91 fuzis foram apreendidos na operação, além de 26 pistolas e 14 artefatos explosivos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.