Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2019
O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel defendeu o fim da visita íntima a presos na quarta-feira (18), durante o 1º Encontro Nacional de Diretores de Departamentos de Homicídios. O evento em que o governador estava contou com a participação de delegados das especializadas de todo o País. O político também se posicionou a favor do aumento do tempo de pena máximo para criminosos: o limite subiria para 50 anos.
“A pena para criminosos do crime organizado não pode ser 35 anos, tem que ser 50 anos. O sistema que ele tem que ficar preso não pode ter visita íntima. Perdeu a liberdade? Tem que perder a liberdade sexual. Onde é que nós estamos com a cabeça? Você tira a liberdade do sujeito, mas não tira a liberdade sexual dele. O que que é isso? Perdeu sim”, disse Witzel. O governador disse ainda que hoje há um déficit de 300 mil vagas no sistema penitenciário nacional e que é necessário novas vagas para impedir rebeliões
Projeto de Lei
Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 10857/2018, que altera a Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal – LEP) para extinguir o direito de visita íntima do preso. A proposta, apresentada pelo Delegado Waldir (PSL/GO), sugere alterar o inciso X do art. 41 da LEP.
Deputados estão de olho nos cargos do PSL no governo Witzel
Witzel também reagiu ao pedido – feito pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) – de federalização da investigação do caso Marielle Franco.
“Tenho respeito pelos delegados de PF [Polícia Federal]. Eles sabem investigar lavagem de dinheiro, tráfico internacional, corrupção. A PF não tem expertise nenhuma na investigação de crimes de homicídio”, disse. “Será que a Polícia Federal tem mais capacidade técnica do que as polícias para investigar? A PF não tem departamento de homicídios”.
O diretor do DGHPP (Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa), o delegado Antônio Ricardo Nunes, afirmou que a Polícia Civil do Rio chegará, em breve, aos mandantes dos crimes da vereadora e do motorista Anderson Gomes.
Crítica
Witzel criticou nesta quinta-feira (19), indiretamente, o presidente Jair Bolsonaro ao dizer que a política brasileira ainda não abandonou o palanque das eleições do ano passado. “Na medida em que a política permanece polarizada, o Brasil perde”, afirmou o governador, em palestra durante a mesa de abertura do Fórum Nacional, organizado pelo economista Raul Velloso, no Rio.
Witzel já anunciou que pretende concorrer à Presidência em 2022 e tem causado intrigas no PSL de Bolsonaro. O governador ressaltou, pelo segundo dia seguido, o suposto projeto nacional que ele teria para tocar. “Precisamos unir o País em um projeto de Nação”, disse Witzel, na palestra. Antes, o governador já havia declarado que o PSC tem um projeto de Brasil.