Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de março de 2016
O governo vai agir em três frentes para tentar sair da paralisia política e econômica: concentrar ataques no que considera abusos da Operação Lava-Jato e do juiz federal Sérgio Moro; retomar a guerra contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); e apostar na força da militância petista nas ruas. A reação às investigações é o resultado mais evidente, e o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, demonstra disposição para ampliar o controle disciplinar da PF (Polícia Federal) para impedir vazamentos e estuda até mesmo interpelar Moro formalmente.
Aragão declarou que vai afastar policiais envolvidos em divulgação de informações sigilosas. Ele ressaltou, no entanto, que está mirando em investigadores que cometem crime de vazamento e não pensa em interferir no conteúdo das investigações. As medidas judiciais contra Moro seriam adotadas por conta da divulgação da escuta que flagrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff.
No discurso que já começou a empregar para alimentar a militância, governo e PT, agora mais amarrados do que nunca, acusam Moro de estar empenhado em uma cruzada persecutória contra Dilma e Lula. E de ter cometido abusos, contra os quais o governo não pretende se calar. Paralelamente, será retomada a guerra contra Cunha, que resolveu aproveitar o enfraquecimento do governo para correr com o processo de impeachment. (AG)