Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2025
A escolha do ex-deputado federal Wolney Queiroz pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir o Ministério da Previdência faz parte de uma costura do governo para tentar segurar o PDT como aliado. Interlocutores de Lula dizem que, além de ter sido o número 2 de Carlos Lupi na pasta, Wolney é “muito orgânico” na bancada da Câmara, o que facilita o diálogo com parlamentares do partido que ameaçam desembarcar da base.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, passou o dia em ligações telefônicas para acalmar os ânimos no PDT. Novas conversas devem acontecer nos próximos dias. Wolney Queiroz é filiado ao PDT desde 1992, foi líder da sigla na Câmara e fez parte da equipe do governo de transição, em 2022.
Aliados de Lula dizem que os pedetistas sabem que não havia outra alternativa a não ser a demissão de Lupi, por causa do tamanho da crise criada com o escândalo dos descontos bilionários indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Afirmam também que, apesar de ter ficado incomodado com o fato de não ter sido consultado para a nomeação do novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Lupi “no fundo entende” os motivos que levaram o Palácio do Planalto a tomar essa atitude.
Para os governistas, Lupi ter pedido demissão foi “melhor para ele” porque evitará um desgaste maior para si. Ressaltam, ainda, que não há acusação de corrupção contra o agora ex-ministro e que ele terá tempo para se defender.
CPI
A oposição no Congresso Nacional afirmou que reuniu o número necessário de assinaturas para instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar denúncias de irregularidades envolvendo o INSS. Na semana passada, uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) apontou a existência de um esquema de descontos não autorizados feitos por sindicatos em aposentadorias e pensões.
A comissão mista tem a participação de deputados e senadores, diferentemente de uma CPI na Câmara, que tem a participação apenas de deputados. A deputada federal Coronel Fernanda (PL-MT) afirma ter conseguido 171 assinaturas de deputados, o suficiente para permitir a abertura da comissão. No Senado, Damares Alves (Republicanos-DF) afirma ter conseguido pelo menos 30 assinaturas, de acordo com a assessoria de seu gabinete. Seriam suficientes 28 assinaturas para o início do colegiado.
A CPI é um dos principais temores do governo Lula, pelo potencial de desgaste público para a gestão petista, que tenta evitar a volta da “marca da corrupção”. As informações são dos portais O Globo e Estadão.