Quinta-feira, 02 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2019
O Governo do Rio Grande do Sul cancelou a venda de ações do Banrisul. Segundo a justificativa, o preço por ação não atendia ao interesse do acionista vendedor. O governo de Eduardo Leite planejava obter cerca de R$ 2,2 bilhões com a venda, considerando o preço de R$ 23 por ação, que era o praticado quando a operação foi anunciada.
Nessa quarta-feira (18), informações que circulavam no mercado financeiro davam conta de que o banco havia conseguido garantir um preço mínimo de R$18,50 por ação — indicando receita entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,5 bilhão, menor do que a esperada inicialmente. “O preço ofertado não atendia o que nós compreendiamos, no governo, como razoável para que essa operação fosse levada à sua conclusão”, reiterou Leite em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (19).
A oferta de ações do governo gaúcho havia sido aprovada pelo Conselho Diretor do Programa de Reforma do Estado (CODPRE) e referendada pelo governador Eduardo Leite (PSDB). As ações dariam ao seu titular um voto nas deliberações da assembleia geral de acionistas do banco, conforme informou o comunicado da semana passada.
O governador ressaltou ainda que o atual governo não pretende privatizar o banco. “A questão da privatização é um compromisso que nós assumimos, não vejo espaço para que haja privatização do Banco do Estado do Rio Grande do Sul e continuamos neste sentido. Então, se nada mudar, dentro do cenário da própria Assembleia Legislativa em relação a isso, não haverá disposição deste governo de levar qualquer privatização a efeito.”
O Banrisul informou nesta quinta que “manterá os seus acionistas e o mercado em geral informados sobre qualquer nova informação a respeito desse tema, nos termos da regulamentação aplicável”.
Histórico do processo
As ações que haviam sido colocadas à venda pertencem ao Estado do Rio Grande do Sul e, mesmo com a venda dos papéis, o controle do Banrisul permaneceria com o governo gaúcho. De acordo com a Secretaria da Fazenda, a operação foi comunicada previamente ao mercado, por meio do Fato Relevante em 9 de setembro, garantindo total transparência ao processo, conforme determina a legislação.
A operação foi coordenada pelo Bank of America Merrill Lynch Banco Múltiplo S.A. (BofA Merrill Lynch), Banco Itaú BBA S.A. (Itaú BBA) e Banco J.P. Morgan S.A. (J.P. Morgan) e todas as ações foram realizadas em conformidade com dispositivos legais e previstos pelos órgãos reguladores.