Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2017
Áreas do Sudão do Sul, devastado pela guerra, foram atingidas pela fome, disse uma autoridade do governo nesta segunda-feira (20) , acrescentando que quase metade da população do país não teria acesso confiável a alimentos a preços acessíveis até julho.
Algumas zonas do Estado de Unidade, no Norte do país, estão em situação de “fome ou risco de fome” provocada pela guerra que atinge o Sudão do Sul há mais de três anos, declarou Isaiah Chol Aruai, presidente do Escritório Nacional de Estatísticas do Sudão do Sul.
“A convergência de provas mostra que os efeitos no longo prazo do conflito, junto com os altos preços dos alimentos, a crise econômica, a baixa produção agrária e as poucas opções de subsistência” resultaram em 4,9 milhões de pessoas afetadas pela fome, disse.
A classificação da fome corresponde a uma escala reconhecida internacionalmente na qual uma falta extrema de alimentos comporta a inanição e a morte.
O alerta do governo foi reforçado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e o WFP (Programa Mundial de Alimentação da ONU), que pediram “ação urgente” para aliviar a situação dos famintos.
O Sudão do Sul, rico em petróleo, está em guerra civil desde 2013, quando o presidente Salva Kii demitiu seu vice. Desde então, as guerras tem segregado ainda mais o país em linhas étnicas, levando a ONU a alertar sobre um possível genocídio.
Partes do país também foram atingidas por secas. “Alguns condados estão classificados como escassez absoluta de alimentos ou em risco que isso aconteça”, disse Aruai durante entrevista coletiva em Juba.
“A fome se tornou uma realidade trágica em partes do Sudão do Sul e nossos piores medos se realizaram”, disse na mesma entrevista coletiva o representante da FAO no Sudão do Sul, Serge Tissot.