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Economia Governo federal começa a busca de investimentos estrangeiros em março

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Governo enviará missões ao exterior para atrair fundos soberanos. (Foto: Ricardo Stuckert)

Sem dinheiro em caixa e com a promessa de déficit zero nas contas públicas em 2024, o governo Lula tenta convencer os fundos soberanos, administrados pelos governos de diferentes países, a financiar projetos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de transição energética.

Para conseguir parte dos cerca de US$ 11,2 trilhões (R$ 55,5 trilhões) que estão nas mãos dessas instituições estrangeiras, missões de técnicos brasileiros já se preparam para fazer um corpo-a-corpo com esses investidores no exterior.

A busca por recursos começará em março pela Espanha. Em maio, uma missão irá aos Estados Unidos e, em junho, à França. No segundo semestre, estão previstas viagens para Arábia Saudita, Cingapura e China. Também são esperados encontros com investidores privados neste road show.

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Arábia Saudita, no fim do ano passado, antes de participar, no Catar, da Conferência Mundial sobre o Clima (COP28), teve esse objetivo. Dados da Global SWF, consultoria de pesquisa, mostram que o PIF, fundo soberano saudita, por exemplo, investiu no total US$ 31,6 bilhões em 2023, ante US$ 20,8 bilhões no ano anterior.

O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, afirma que, para atrair investimentos, a pasta já fez contatos com diversos fundos estatais no mundo, com destaque para os árabes e o de Cingapura.

Ele ressaltou que dois fundos soberanos atuaram como parceiros das empresas que venceram os leilões de dois lotes de rodovias no Brasil, em 2023: o de Cingapura e o dos Emirados Árabes.

Santoro acredita que, dificilmente, esses fundos virão sozinhos para o Brasil. O mais provável é que venham com empresas de infraestrutura ou outros fundos de investimentos. Ele lembrou que somente em rodovias o PAC prevê R$ 180 bilhões em investimentos.

Projetos ambientais

Outro foco do governo é o financiamento de projetos ambientais. João Resende, assessor especial do Ministério da Fazenda, lembra que o Brasil lançou, durante a COP28, um fundo voltado para a manutenção das florestas tropicais em pé e conservadas. Ele enfatizou que os países com fundos soberanos, entre outros investidores, também poderiam investir nesse instrumento.

A questão é que esses fundos são exigentes e dão preferência a nações desenvolvidas e de baixo risco. Claudio Frischtak, economista e líder da consultoria Inter B, afirma que os fundos soberanos são instrumentos relevantes, mas destaca que os mesmos são geridos de forma bastante conservadora.

“Não é um pessoal que faz aventura. Para poder investir, é preciso obedecer a uma série de critérios. E assim acabam indo para países desenvolvidos. O Brasil, por exemplo, está a dois níveis do grau de investimento”, disse Frischtak, em referência à classificação que funciona como um selo de qualidade para os investidores.

Segundo ele, a situação fiscal de um país é fundamental e chama a atenção, no caso brasileiro, a tendência de alta da relação entre a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB). O objetivo do governo é que o Brasil volte a ter o grau de investimento de agências de classificação de risco em 2026.

Vantagens com a China

Robson Gonçalves, economista e professor de MBAs da FGV, cita quatro grandes países com fundos e com potenciais investimentos no Brasil: Noruega, China, Cingapura e Emirados Árabes.

No caso da China, segundo Gonçalves, há um alinhamento político favorável ao Brasil em relação aos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e com o processo de entrada de novos membros anunciado em 2023. Esse movimento deve ajudar na abertura do mercado brasileiro para os investimentos em infraestrutura.

— Os fundos soberanos têm boas áreas de prospecção de oportunidades de investimentos e procuram com uma lente essas oportunidades mundo afora. Como eles têm um caráter estatal, faz sentido ter um pouco de diplomacia. É um roadshow diferente do setor privado, é um caráter mais político — avalia o especialista.

 

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