Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2017
O governo federal disse temer a infiltração do crime organizado nas eleições de 2018, afirmou nesta sexta-feira (4) o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. “Entendemos que o crime pode buscar financiar candidatos em 2018”, disse.
Etchegoyen se reuniu com jornalistas no Rio de Janeiro para falar sobre o plano de segurança para o estado. Em 2018 haverá eleições para deputados federais e estaduais, governadores e presidente. “Aí temos uma clara ameaça à segurança institucional.”
O general mencionou operação em São Paulo, que prendeu advogados ligados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) infiltrados em organização civil. O problema se agrava com o fim do financiamento privado de campanhas, afirmou: os candidatos precisam de dinheiro para fazer campanha, o que abre possibilidade de financiamento por organizações criminosas.
Já houve, segundo o ministro, ameaças físicas no Maranhão e no Rio de Janeiro contra a realização de eleições. Na Baixada Fluminense houve 15 candidatos mortos desde 2015, das quais seis, segundo a polícia, teriam como causa disputas entre milicianos, e quatro por ações de traficantes.
A influência do crime organizado nas eleições do Rio já aconteceu em outras disputas eleitorais. No ano passado, nos nove meses anteriores as eleições, 13 candidatos a vereador foram assassinados na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, 11 casos tiveram motivação política e, em 6 deles, havia indícios de participação de milícias.
Foram quatro crimes no ano passado e nove neste ano. Três vereadores, dois candidatos, seis pré-candidatos e outros dois que ocupavam cargos não especificados.
A primeira morte foi em novembro de 2015. O vereador Luciano Nascimento Batista, mais conhecido como Luciano DJ, do PC do B de Seropédica, foi assassinado a tiros na saída de uma festa. A polícia diz que ele atuou como miliciano, no município, e morreu por contrariar interesses de grupos políticos.
As investigações também mostraram que três vítimas foram mortas pelo tráfico de drogas. Uma delas foi Aga Lopes Pinheiro. Ela era líder comunitária em Magé e candidata a vereadora pelo DEM. A polícia contou que ela trabalhava contra o tráfico na região e que traficantes ordenaram o assassinato.
Mais verba para a segurança
Também nesta sexta-feira o ministro confirmou q o governo federal destinará R$ 700 milhões para as ações de segurança. A verba vai ser liberada mês a mês até o fim do ano e vai servir para o abastecimento de viaturas e até compra de munição. Quem vai gerenciar é o governo federal. A verba também vai custear as ações da Polícia Rodoviária Federal. (AG)