Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2021
Vai ser a primeira vez em quase 40 anos que coalizão peronista precisará de aliados para aprovar projetos no Legislativo
Foto: Reprodução/InstagramO presidente Alberto Fernández sofreu um importante revés nas eleições legislativas de meio de mandato na Argentina, realizadas neste domingo (14), em meio à insatisfação generalizada sobre a alta inflação e o aumento da pobreza, com sua coalizão governista perdendo o controle do Senado e ameaçada de perder a posição de maior bloco na Câmara dos Deputados.
Segundo a contagem oficial, a oposição obteve 40,1% dos votos na província de Buenos Aires, maior centro populacional do país, enquanto a coalizão do presidente obteve 38,4%. Juntos pela Mudança também liderou em Santa Fé, Córdoba e na cidade de Buenos Aires, outros distritos com importante peso eleitoral.
A participação na eleição foi de 71%, o menor percentual desde o retorno da democracia. Os eleitores escolheram 127 deputados, representando metade das cadeiras na Câmara dos Deputados, e 24 senadores em oito províncias, o que é um terço da Câmara.
A posse dos novos parlamentares está prevista para dezembro. Será a primeira vez desde 1983 que o peronismo precisará de aliados garantir a aprovação das leis enviadas pelo Executivo, segundo o jornal Clarín.
O triunfo da coalizão de centro-direita Juntos pela Mudança significará duros últimos dois anos de mandato para o presidente, que deve lidar com a aguda crise social e também buscar um acordo de refinanciamento de dívidas com o Fundo Monetário Internacional para estabilizar a economia. Também pode intensificar as divisões dentro da coalizão governante.
Na Argentina, o vice-presidente também tem o cargo de presidente do Senado. Portanto, o cargo é ocupado por Cristina Kirchner. Atualmente, ela consegue controlar, pois a maioria dos senadores é da coligação governista.
“Punição” ao governo
O resultado foi visto como um voto de “punição” contra o governo Fernández pelo desemprego e outras dificuldades que acompanharam uma queda de 10% na economia argentina no ano passado, junto com a contínua alta da inflação.
Mais de 40% dos 45 milhões de habitantes do país vivem na pobreza, o desemprego está perto de 10% e a inflação em outubro atingiu uma taxa anual de quase 42%. María Eugenia Vidal, líder da coalizão de oposição eleita para a Câmara dos Deputados da cidade de Buenos Aires, disse que ficou comovida com o resultado.
“Milhões de argentinos em todo o país disseram ‘chega’… Eles disseram ‘chega’ e derrotaram a tristeza, a frustração, a raiva”, disse Vidal.