Quarta-feira, 11 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2025
O governo Lula desencadeou nos últimos dias uma operação nas redes sociais para tentar combater o efeito de um vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) que ataca a administração petista e trata dos descontos irregulares nas aposentadorias do INSS como o “maior escândalo de corrupção da história do País”.
Até a noite de quinta-feira (8), o vídeo de seis minutos de Nikolas acumulava mais de 130 milhões de visualizações apenas no seu perfil pessoal no Instagram.
A estratégia de resposta do governo Lula foi acertada em reunião ocorrida no Palácio do Planalto, na última quarta-feira, com a presença dos ministros Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social), Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Wolney Queiroz (Previdência Social), além de lideranças do governo na Câmara dos Deputados, como Reginaldo Lopes (PT-MG), Rogério Correia (PT-MG), Paulo Pimenta (PT-RS), Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o líder da bancada do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ).
No encontro, que durou cerca de uma hora e vinte minutos, a avaliação foi a de que o vídeo de Nikolas produziu barulho nas redes sociais – e que era preciso reagir logo, e de forma eficaz.
Após a ofensiva de Nikolas, Gleisi, Carvalho e Lindbergh postaram vídeos para rebater as críticas – mas sem a mesma audiência e repercussão do deputado mineiro, um dos mais ativos integrantes da tropa de choque bolsonarista na Câmara.
Levantamento feito pela consultoria Bites a pedido do jornal O Globo constatou que o número de menções ao escândalo do INSS e temas relacionados ao assunto já superou a repercussão da crise do Pix enfrentada pelo governo Lula em janeiro deste ano. O mesmo levantamento apontou que o vídeo de Nikolas, publicado na última terça-feira (6), levou a um novo pico de interações sobre o tema nas redes, o que acendeu o sinal de alerta no Palácio do Planalto.
“Vamos jogar luz nessa história. Fazem de tudo para relacionar o presidente com essa história, mas o verdadeiro protagonismo tem um nome: Jair Bolsonaro. O escândalo começa em 2019. A CGU notificou o INSS, só que nada foi feito. Quem era o ministro? Paulo Guedes. Quem era o secretário de Previdência? O hoje senador Rogério Marinho”, diz Lindbergh em vídeo publicado na quarta-feira (7), tentando arrastar a administração anterior para o epicentro do escândalo.
“Tem muita coisa que o Nikolas não te contou. Inclusive quem descobriu esse esquema foi uma investigação que começou no governo do presidente Lula, isso jamais aconteceria no governo anterior.”
Até a noite de quinta-feira, o vídeo de Lindbergh acumulava números muito mais modestos que o de Nikolas: apenas 348 mil visualizações – o equivalente a 0,27% do vídeo bolsonarista.
Chefe da CGU, Vinicius Carvalho também foi às redes para sair em defesa do governo Lula. O vídeo foi repostado no perfil de Gleisi, com números ainda mais tímidos que o de Lindbergh: 112 mil visualizações até a noite de ontem.
“Pelas investigações, essas associações de fachada começaram a surgir em 2017 e as fraudes se aprofundaram a partir de 2019. Esquemas assim crescem com o passar do tempo, com a ideia de impunidade, por isso foi tão importante descobri-lo e proteger nossos aposentados e pensionistas”, afirmou.
“Desde o início dos trabalhos nesse governo, recebemos a orientação do presidente Lula que a CGU seja implacável contra qualquer ato de corrupção. Não é hora de espalhar medo ou mentira. É grave usar a mentira ou truques de contexto para enganar o povo, para politizar um tema tão relevante para o país, que é combate à corrupção”, acrescentou o ministro, ao politizar o tema. As informações são do jornal O Globo.