Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2025
A condenação de Jair Bolsonaro e sua turma no processo do golpe está dada. Para o bolsonarismo, no entanto, resta a luta pela anistia. Uma luta em que a chance de uma nova derrota do grupo é, hoje, maior que a de triunfo, mas é o jogo que será jogado de forma mais intensa a partir de hoje no Congresso.
Os líderes do Centrão e do bolsonarismo querem aproveitar a mobilização em torno do julgamento para pressionar Hugo Motta a botar na pauta da Câmara um projeto de anistia em regime de urgência já na semana que vem.
Essa possibilidade é improvável, mas não impossível de ocorrer.
Improvável porque, antes de mais nada, o presidente da Câmara não quer levar esse tema à votação. Só o fará em último caso. Entre outras coisas, Motta não quer confrontar o Supremo, que somente ontem deu fim a um processo que começou no ano passado. E improvável também porque nem mesmo a direita se entende sobre qual anistia está se falando — ampla geral e irrestrita ou uma que abarque uma diminuição de penas aos condenados pelo 8 de janeiro?
A ministra Gleisi Hoffmann repetiu que o governo não só é contra qualquer tipo de anistia como está trabalhando para que ela não vire realidade. Ela disse que a prioridade do Executivo é barrar a tramitação da anistia. Mas, apesar da declaração, nos bastidores o Palácio do Planalto admite que Motta seja obrigado a ceder às pressões.
E, como não quer ser apanhado desprevenido, o governo resolveu enfrentar essa questão. Quer derrotar no plenário da Câmara nesta terça-feira (16) ou quarta (17) o projeto, seja ele qual for, se Hugo Motta pautá-lo.
As lideranças governistas trabalham agora para que a oposição não alcance os 257 votos necessários para a anistia.
A oposição contabiliza 280 votos como certos. Se a conta estiver correta, caberá ao Palácio do Planalto reverter 24 votos. Para qualquer governo que saiba usar as armas que governos costumam usar, não é muita coisa.
A oposição tem repetido a interlocutores que Hugo Motta garantiu que botará um projeto de anistia para votar na semana que vem. O governo conta que Motta não fará isso. No fim das contas, Hugo Motta terá que fazer algo que ele tem horror: descer do muro e desagradar a um dos lados do tabuleiro político. Com informações do portal O Globo.