Terça-feira, 20 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2025
Representantes da saúde municipal se reuniram nesta terça no Instituto Caldeira para discutir a crise no atendimento na região metropolitana.
Foto: DivulgaçãoA saúde do estado deixou de receber R$ 18 bilhões em recursos nos últimos 10 anos, o que é um dos motivos do cenário do atendimento aos pacientes hoje, com filas enormes, atrasos de salários de profissionais e desinteresse em habilitar novos serviços. A afirmação foi feita pelo secretário de Saúde de Porto Alegre e coordenador do Fórum de Saúde da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), Fernando Ritter, durante reunião realizada nesta terça-feira, 20, no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.
“O encontro de hoje serviu para avaliarmos questões como o subfinanciamento, os hospitais públicos que perderam os recursos repassados pelo Governo do Estado, e entendemos que ainda não tivemos uma resposta à altura das necessidades da região metropolitana e dos municípios da Granpal”, afirma Ritter.
Além disso, os secretários reunidos no fórum decidiram que irão visitar outras regiões do Estado para ver a situação da saúde em outras associações de municípios para poder fazer um diagnóstico mostrando que o setor no Rio Grande do Sul está na UTI.
“O estado nunca cumpriu os 12% obrigatórios constitucionais, significa que ano passado mais de R$ 1,5 bilhões deixaram de ser destinados para o atendimento da população. Então, nós poderíamos estar com a fila muito menos intensa do que é hoje, e queremos mostrar para a população que a nossa saúde nunca foi prioridade, porque se fosse, tinham investido 12%”, diz.
Para ele, todos têm interesse em ampliar serviços, principalmente à noite. “O problema é que precisamos desembolsar recursos próprios e, com a crise financeira, os gastos em função das enchentes, a situação econômica do país que ainda não se recuperou em função da pandemia, fazem com que os municípios fiquem numa situação difícil”, finaliza.
O encontro serviu também para a definição de um Grupo de trabalho com os municípios de Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia para definir quais especialidades médicas são as mais críticas e, junto a Granpal, irão buscar credenciamentos de profissionais da saúde para suportar o atendimento a região metropolitana.