Sábado, 14 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2017
Grampo da Operação Patmos revela que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) quis pressionar o diretor-geral da PF (Polícia Federal) para ter acesso a depoimentos que o implicam em investigações. Na conversa, o tucano reclama de um delegado federal que ‘se negou a entregar’ cópia de documento à defesa dele referente ao inquérito Furnas.
Aécio é investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da estatal mineira. No início de abril, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a abertura de outros cinco inquéritos contra o tucano, todos com base na delação da Odebrecht.
Na iminência de ser interrogado no inquérito Furnas, Aécio recorreu ao ministro Gilmar Mendes – relator deste inquérito no Supremo – a quem pediu a suspensão da audiência na PF.
Demonstrando irritação com a dificuldade em obter depoimentos do caso Furnas junto à Polícia Federal, Aécio ligou para o chefe da corporação, delegado Leandro Daiello Coimbra, e pediu que marcasse um encontro a fim de tratar do tema que era de seu interesse.
“Uma hora que você… que eu pudesse dar um pulo ai. Pelo seguinte, contudo é.. é.. na verdade…. pela Súmula 14 [do Supremo Tribunal Federal] que faculta a defesa ao acesso, né? Ao processo, aos autos, aos depoimentos, o delegado se negou a entregar à defesa, ontem, a cópia do depoimento que ele já tinha colhido, tá?”, queixou-se Aécio a Daiello.
Na data da ligação, 26 de abril, o senador afirma ao diretor-geral da PF que seu advogado, Alberto Zacharias Toron, estava a caminho da sede da corporação. Ele pediu a Daiello para ‘localizar’ Toron quando chegasse ao prédio da PF em Brasília.