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Política Grupo de extermínio cobrava R$ 250 mil para espionar ministros do Supremo

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Tabela encontrada por investigadores traz preços ainda para deputados, senadores e “pessoas comuns” com uso de drones e prostitutas. (Fotos: Antonio Augusto/STF)

O grupo de extermínio alvo da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nessa quarta-feira (28) utilizava drones e prostitutas como instrumentos de espionagem. A investigação, autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), teve como ponto de partida o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em Mato Grosso.

Zampieri é considerado peça central no inquérito. Em seu celular, os investigadores encontraram registros de negociações envolvendo a venda de sentenças judiciais, com menções a juízes de diversos tribunais país afora e até a gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esses dados revelaram um esquema complexo, em que decisões judiciais seriam comercializadas de maneira clandestina, envolvendo figuras do Judiciário e operadores externos.

A PF cumpre cinco mandados de prisão nesta fase da operação. Os alvos são integrantes da agência de “espionagem e extermínio”, formada por militares da ativa, da reserva e também civis. Trata-se de um núcleo que operava de forma organizada, com divisão de tarefas e atuação voltada ao monitoramento ilegal de autoridades, além da eliminação física de alvos considerados estratégicos pelo grupo.

De acordo com a apuração, o grupo mantinha uma tabela de preços de espionagem conforme o perfil da pessoa a ser vigiada. Os valores variavam de acordo com o grau de influência política dos alvos:

* Ministros do STF: R$ 250 mil;

* Senadores: R$ 150 mil;

* Deputados: R$ 100 mil.

Essa estrutura de tarifação demonstra o grau de sofisticação e audácia do grupo, que operava à margem da lei utilizando recursos tecnológicos, como drones, e recursos humanos aliciados, como acompanhantes de luxo, para acessar ambientes privados e obter informações sensíveis.

Esta é a sétima fase da operação que investiga o suposto esquema de venda de decisões judiciais nos tribunais de Mato Grosso e no STJ. Foi durante essas apurações que a organização criminosa voltada para a prática de homicídios por encomenda e espionagem ilegal veio à tona.

O grupo se autodenominava “Comando C4”, sigla para “Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos”, refletindo um discurso radical e ideológico que justificaria suas ações clandestinas.

O nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é mencionado nas anotações do grupo como sendo um alvo de interesse. Segundo os investigadores, Pacheco estava “na mira” do grupo, mas apenas a análise completa do material apreendido poderá determinar o nível de ameaça e as razões exatas por trás desse monitoramento.

Em nota oficial, Pacheco afirmou: “Externo meu repúdio em razão da gravidade que representa à democracia a intimidação a autoridades no Brasil, com a descoberta de um grupo criminoso, conforme investigação da Polícia Federal, que espiona, ameaça e constrange, como se o país fosse uma terra sem leis. Que as autoridades competentes façam prevalecer a lei, a ordem e a competente investigação sobre esse fato estarrecedor trazido à luz.”

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