Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2018
Ao lado do presidente Michel Temer, o governador do Rio Luiz Fernando Pezão (MDB) disse nesta terça-feira (20), que o governo federal está sendo “parceiro” do Estado e afirmou que o Rio “precisa muito é de emprego”. “A gente só ganha a guerra da segurança pública com a carteira assinada de trabalho”, disse o governador.
Pela segunda vez nos últimos dias, Temer esteve no Rio de Janeiro, Estado que está sob intervenção federal na área da segurança. Ele participou em Itaguaí (litoral fluminense) da entrega de uma etapa da construção de um submarino feito em parceria com a França.
Pezão, em discurso, lembrou que passou horas em reunião com o presidente para tratar da intervenção e disse que as Forças Armadas atuam para vencer a “chaga do combate à droga”.
Temer visitou as obras de um submarino no complexo naval de Itaguaí e não deu entrevistas. Ele fez, na cerimônia, um rápido discurso, no qual deu uma única referência à intervenção no Rio. Disse que o governo obteve avanços em termos de progresso “e em termos de ordem, que nós estamos procurando”.
O comandante da Marinha, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, também esteve na solenidade. Questionado por jornalistas sobre o papel da corporação na intervenção federal, disse que a Marinha continuará atuando em operações no âmbito da GLO (Garantia de Lei e Ordem), com fuzileiros navais e com embarcações na baía de Guanabara.
Mas disse que as iniciativas que integram a intervenção federal na Secretaria de Segurança Pública são de responsabilidade do Comando Militar do Leste e que a Marinha não tem participação direta.
Operação
A operação integrada entre as forças federais e estaduais de segurança realizada desde segunda-feira (19) no Rio de Janeiro é a maior em abrangência territorial desde o início das ações integradas, em julho do ano passado. A avaliação é do porta-voz do Estado-Maior Conjunto nas Ações em Apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública, coronel Roberto Itamar.
“É a maior operação em termos de abrangência de espaço desde o início da GLO [Garantia da Lei e da Ordem], porque ela vem desde as divisas do Rio com outros Estados até as comunidades que recebem as cargas, com três linhas de bloqueio”, disse o coronel, referindo-se ao decreto de GLO que permitiu a realização de operações integradas no Estado do Rio. O decreto foi assinado em julho do ano passado e renovado para abranger todo o ano de 2018.
As ações continuaram na manhã desta terça-feira (20) e, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública, já estavam planejadas antes da publicação do decreto de intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. A medida foi assinada pelo presidente Michel Temer na última sexta-feira (16) e está em discussão desde segunda no Congresso Nacional. Um balanço da operação integrada deve ser divulgado em breve.
Mais de 3 mil integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, com policiais civis e militares, homens da Força Nacional de Segurança e da PRF (Polícia Rodoviária Federal), montaram pontos de bloqueio e fiscalização nas divisas do Rio com São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Além disso, vias expressas na Baixada Fluminense e em São Gonçalo e acessos a comunidades estão sob patrulhamento.
Simultaneamente, as forças de segurança realizam uma operação na favela Kelson’s, na zona norte do Rio.