Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2019
Hackers atacaram e derrubaram o site do institucional do Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima) na última quinta-feira. A plataforma ficou fora do ar até sábado, segundo dados divulgados segunda-feira pelo Observatório, mas a página continuará offline até que sua segurança seja reforçada. Os dados do sistema não foram comprometidos. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com o Observatório, o ataque foi do tipo “força bruta”, no qual são enviadas requisições maciças de acesso por máquinas com identificadores (IPs) de vários países do mundo até derrubar o servidor. A configuração da página também foi alterada.
Em nota, o Observatório afirmou que este é o terceiro ataque sofrido pela instituição em menos de três meses. Em maio, o seu site foi derrubado; em junho, foi a vez do Seeg: “Não é possível identificar a autoria nem as motivações das invasões”.
“Criamos uma rede de proteção para os dados, que foram colocados em outra plataforma, mas teremos de reconstruir o site. Todas as informações estão protegidas offline, mas queremos que elas estejam na web para que todos os usuários possam consultar”, explica Tasso Azevedo, coordenador do Seeg.
O Brasil é o quinto maior emissor de gases estufa do mundo, atrás apenas de China, EUA, Rússia e Índia, sendo responsável por aproximadamente 2,7% da liberação de poluentes.
Cerca de 75% das emissões de gases estufa do Brasil está ligado a usos na terra, como agropecuária e sobretudo desmatamento.
Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que o desmatamento está avançando rapidamente este ano. A devastação da floresta cresceu 54% entre janeiro e julho de 2019, em relação ao mesmo período em 2018.
Entre 1º e 26 de julho, o desmatamento atingiu 1870 km² na Amazônia, índice 213% maior ao visto em todo o mês de julho de 2018 (597 km²).
New York Times destaca política ambiental de Bolsonaro
Em uma matéria de capa na edição de domingo, o New York Times destacou que a política ambiental do presidente Jair Bolsonaro representa uma ameaça para a proteção da Amazônia. Ao fazer uma análise dos dados públicos divulgados pelo Ibama, o jornal americano constatou que as multas ambientais aplicadas pelo órgão caíram cerca de 20% nos últimos seis meses, em comparação com o mesmo período no ano passado.
Intitulada “Destruição da Floresta Amazônica Acelera”, a matéria faz um apanhado das promessas do presidente brasileiro de diminuir as políticas de proteção ambiental para facilitar a exploração econômica da região e de seu impacto ambiental negativo. O jornal ressalta que a destruição da Amazônia vem aumentando rapidamente desde que Bolsonaro tomou posse e seu governo reduziu seus esforços de combate à extração ilegal de madeira, à pecuária e à mineração.
Como mostra o New York Times, a política ambiental de Bolsonaro vai na contramão das diretrizes ambientais dominantes no País nas últimas décadas. Se, em determinado momento, o sucesso em reduzir as taxas de desmatamento transformaram o Brasil em um exemplo internacional de conservação e combate à crise climática, a gestão atual coloca todos os avanços em xeque.
Nos sete meses desde que o novo governo brasileiro tomou posse, o jornal nova-iorquino destaca, o desmatamento cresceu cerca de 39% em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ibama. Só em junho, a taxa de desmatamento aumentou cerca de 80% quando comparada ao mesmo período do ano passado.