Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2022
A Secretaria Municipal de Saúde de Urubici, cidade de Santa Catarina, confirmou nesta semana a morte de um menino de 11 anos por hantavirose, uma zoonose – infecção tradicionalmente de animais – causada pelo hantavírus. De acordo com o titular da pasta, Diogo Blumer, a criança foi mordida por um rato silvestre antes de contrair a doença.
O óbito foi registrado no último dia 7, porém confirmado como um caso da doença pelos exames laboratoriais apenas no dia 16. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) emitiu uma nota de alerta, em seguida, sobre o aumento da população de roedores silvestres na Serra Catarinense, região onde fica o município de Urubici.
Os animais, conhecidos como rato da mata e ratinho do arroz, das espécies Akodon sp e Oligoryzomys sp, não são os mesmos que os ratos encontrados em ambientes urbanos.
De acordo com a Dive, em 2022 já foram cinco casos da doença no estado, três deles evoluindo para óbito – uma taxa de letalidade de 60%. Diante do cenário, a diretoria fez uma série de recomendações que vão desde maneiras de prevenir a contaminação com a doença, até a orientações de quais casos são suspeitos para a infecção pelo hantavírus.
“As medidas de controle devem conter ações que impeçam a aproximação dos roedores, como, por exemplo, roçar o terreno em volta da casa, dar destino adequado aos entulhos existentes, manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores, além de outras medidas que impeçam a interação entre o homem e roedores silvestres, nos locais onde é conhecida a presença desses animais”, diz o alerta.
Segundo o Ministério da Saúde, a prevalência da doença é principalmente em áreas rurais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Geralmente são ligadas à agricultura, e homens na faixa etária de 20 a 39 anos são os mais acometidos. A taxa de letalidade média baseada nos números nacionais é de 46,5%.
Ainda de acordo com a pasta, a hantavirose se manifesta em humanos na forma da Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus, tendo sido observado um importante comprometimento cardíaco nos casos relatados na América do Sul, o que provoca a alta gravidade. Os animais responsáveis por carregarem o vírus são majoritariamente os roedores silvestres, que podem eliminá-lo pela urina, saliva e fezes.
A infecção pelos humanos acontece de forma frequente pela inalação dos aerossóis, partículas minúsculas formadas a partir dos excrementos de roedores infectados. Também podem ocorrer por mordidas dos animais ou contatos com mucosa (boca ou nariz). Há a possibilidade de se disseminar entre humanos, porém é raro, não tendo relatos no Brasil.
Quais os sintomas da hantavirose?
Segundo a Dive, na fase inicial da doença, que dura de 1 a 6 dias, podendo se prolongar a até 15 dias, o hantavírus provoca os seguintes sintomas:
– Febre;
– Mialgia;
– Dor nas articulações;
– Dor de cabeça;
– Dor lombar;
– Dor abdominal;
– Sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos e diarreia).
Quando surge um quadro de tosse seca, a diretoria explica que o diagnóstico pode evoluir para um estágio mais severo, a chamada fase cardiopulmonar, que caracteriza a síndrome observada em humanos. Nesses casos, os sintomas passam a ser:
– Febre;
– Dificuldade de respirar;
– Respiração acelerada;
– Aceleração dos batimentos cardíacos;
– Tosse seca;
– “Pressão baixa”.
Não existe um tratamento específico para a doença, portanto os médicos oferecem o suporte e terapia para os sintomas enquanto o sistema imunológico do paciente combate a infecção pelo hantavírus. As informações são do jornal O Globo.