Sábado, 20 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Herdeiro da construtora OAS acusado pela Operação Lava-Jato pagou uma fiança de 29 milhões de reais para sair da cadeia

Compartilhe esta notícia:

Pires Filho é acusado de envolvimento em fraude contra o fundo Petros. (Foto: Reprodução)

A defesa de Cesar Mata Pires Filho, herdeiro da construtora OAS, apresentou à Justiça Federal o comprovante do depósito de R$ 28,9 milhões relativo à fiança estipulada como condição para a libertação do empreiteiro, preso na carceragem da PF (Polícia Federal) de Curitiba (PR) desde a madrugada do dia 26 de novembro.

O valor foi determinado pela juíza federal Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro a frente da Operação Lava-Jato. Ela considerou que o montante equivale às vantagens indevidas distribuídas pela empreiteira durante a construção da Torre Pituba, sede da Petrobras na Bahia.

Pires Filho é acusado de participar de um esquema de fraude, superfaturamento e desvio de verbas do empreendimento, que foi feito com dinheiro da Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, e realizado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht.

A investigação avançou graças aos depoimentos de ex-funcionários da controladoria da OAS, o departamento de propinas e caixa dois da empreiteira baiana, que se tornaram delatores da Lava Jato. Segundo a PF, os contratos do empreendimento foram direcionados e superfaturados para que houvesse pagamento de ao menos R$ 68,3 milhões em vantagens indevidas.

Três desses ex-funcionários do departamento de propina da empreiteira afirmaram em depoimento à Polícia Federal que Cesar Mata Pires Filho, herdeiro da companhia, sabia dos pagamentos de ilegais referentes à obra da Torre Pituba. Os executivos que implicaram o herdeiro da empreiteira baiana no esquema de corrupção foram José Maria Linhares Neto, Ramilton Machado Júnior e Roberto Souza Cunha.

Linhares Neto, que foi responsável pelo controle da distribuição do caixa dois da OAS, disse aos investigadores que a empreiteira se valia dos serviços de um doleiro para levantar os recursos para a propina. Ao falar sobre a autorização para esses pagamentos disse que “Leo Pinheiro e também Cesar Mata Pires Filho tinham ciência de que havia pagamentos de vantagem indevida na obra referida dado o volume de recursos que foram pagos”.

Ramilton Machado Junior, também executivo do departamento de propinas da OAS, relatou que em 2014 participou de uma reunião com Mata Pires Filho para resolver um impasse diante de um contrato fictício que seria feito para escoar propina para o PT.

Contrato fictício

Leo Pinheiro, então presidente da empresa, teria ordenado que fosse feito um contrato “de fachada” de R$ 1,6 milhão com uma empresa de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras. Ramilton analisou o porte da empresa de Duque e constatou que ela não executava nenhum contrato significativo naquele momento. Isso, junto ao fato de o dono da empresa ser um ex-dirigente da Petrobras, significava alto risco de exposição para a OAS, segundo o executivo.

Diante do impasse foi convocada uma reunião entre Ramilton, Leo Pinheiro e Cesar Mata Pires Filho. Nela Pinheiro explicou que era necessário fazer o acerto com a empresa de Renato Duque, que já estava “chateado” e se sentindo “abandonado”.

Leo Pinheiro disse ao executivo que o dinheiro pago à empresa de Duque deveria ser descontado do acerto feito com o Partido dos trabalhadores referente à Torre Pituba.

Uma situação semelhante foi relatada por Roberto Souza Cunha, também da controladoria, que falou aos policiais sobre um impasse quanto a um contrato fictício que seria assinado com a empresa Mendes Pinto Empreendimentos.

Ele e Ramilton consideraram arriscado o negócio, pois o objeto do contrato seria muito frágil: estudo sobre a recuperação de uma área explorada por uma mineradora. A decisão de contratar a Mendes Pinto veio do herdeiro da OAS, segundo o depoente. “Elmar Varjão [diretor da OAS Nordeste] foi até Cesar Filho, que determinou que o contrato deveria ser feito”, disse.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

“Fake news”: fazenda de Goiás colocada para vender por 4 bilhões de reais não pertence a um filho de Lula
Google divulga uma lista dos melhores aplicativos de 2018 para Android
https://www.osul.com.br/herdeiro-da-construtora-oas-acusado-pela-operacao-lava-jato-pagou-uma-fianca-de-29-milhoes-de-reais-para-sair-da-cadeia/ Herdeiro da construtora OAS acusado pela Operação Lava-Jato pagou uma fiança de 29 milhões de reais para sair da cadeia 2018-12-04
Deixe seu comentário
Pode te interessar