Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de junho de 2017
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
A outra mulher
Eva passeava pelo Jardim do Éden, quando a serpente se aproximou.
“Coma esta maçã”, disse a serpente.
Eva, muito bem instruída por Deus, recusou.
“Coma esta maçã”, insistiu a serpente, “porque você precisa ficar mais bela para o seu homem”.
“Não preciso” respondeu Eva, “porque ele não tem outra mulher além de mim”.
A serpente riu: “Claro que tem”.
E como Eva não acreditava, levou-a até o alto de uma colina, onde existia um poço.
“Ela está dentro desta caverna; Adão escondeu-a ali”.
Eva debruçou-se e viu, refletida na água do poço uma linda mulher. Na mesma hora, sem titubear, comeu a maçã que a serpente lhe oferecia.
Depois do dilúvio
No final dos quarenta dias de dilúvio, Noé saiu da arca. Desceu cheio de esperança, mas o que encontrou do lado de fora foi apenas a destruição e a morte.
Noé reclamou:
“Deus Todo Poderoso, se Tu conhecias o futuro, por que criastes o homem? Só para ter o prazer de castigá-lo?”
Um perfume triplo subiu até os céus: o incenso, o perfume das lágrimas de Noé, e o aroma de suas ações. Então Deus respondeu:
“As preces de um homem justo sempre são ouvidas. Vou te dizer porque fiz isto: para que entendesses tua obra. Tu e teus descendentes estarão sempre reconstruindo um mundo que veio do nada – e desta maneira dividiremos o trabalho e as conseqüências. Agora somos todos responsáveis”.
Mais um reflexo, mais uma história
Caim e Abel pararam na beira do imenso lago. Jamais tinham visto algo semelhante.
“Tem alguém aí dentro”, disse Abel, olhando para a água, sem saber que via seu reflexo.
Caim reparou a mesma coisa, e levantou seu bastão. A imagem fez a mesma coisa. Caim ficou aguardando o golpe; sua imagem também.
Abel contemplava a superfície da água. Sorriu, e a imagem sorriu. Deu uma boa gargalhada, e viu que o outro o imitava.
Quando saíram dali, Caim pensava:
“Como são agressivos os seres que vivem naquele lugar”.
E Abel dizia para si mesmo:
“Quero voltar lá, porque encontrei alguém bonito e com bom humor.”
Na estrada de Damasco
Um peregrino caminhava pela estrada de Damasco, quando um homem a cavalo passou por ele, e quase o atropelou. Assustado, percebeu que o cavaleiro tinha a expressão malvada, e as mãos cheias de sangue.
Minutos depois, um outro cavaleiro aproximou-se a todo galope; o peregrino pode reconhecer Paulo de Tarso, cidadão romano, apóstolo de um movimento religioso chamado Cristianismo.
– Você viu um cavaleiro por aqui? – perguntou Paulo de Tarso.
– Vi – respondeu o peregrino. – Quem era ele?
– Um malfeitor. Preciso alcançá-lo.
– Para que? Para entregá-lo a justiça?
– Não – respondeu Paulo. – Para ensinar-lhe o caminho.
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