Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2018
A pré-candidata a presidenta pelo PCdoB, deputada estadual Manuela D’Ávila, foi agredida por um simpatizante do também presidenciável Jair Bolsonaro após participar de ato político no Acampamento Lula Livre, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira (9). O homem pediu para tirar uma foto com a deputada, mas aproveitou para gravar um vídeo e provocar a parlamentar com palavras de baixo calão.
A área onde o agressor estava antes do ocorrido é restrita, com circulação apenas de pessoas autorizadas e agentes da Polícia Federal – ou seja, não poderia ser acessada por manifestantes nem a favor e nem contrários a Lula. Após a agressão, o homem voltou à área da Polícia Federal. A deputada destacou o fato de a polícia ter liberado e escoltado o agressor, e não a vítima.
Manuela afirmou que o homem entrou na sede da PF e pediu que ele fosse identificado. “Nenhum homem tem direito de tocar no meu corpo”, disse a pré-candidata. “Provocação não é problema, quero saber quem é o agressor.”
“A gente quer descartar que seja alguém que trabalha aqui dentro”, disse Lindbergh Farias (PT-RJ). “Porque se for, é muito grave”. Diante da provocação, militantes que estavam do outro lado do bloqueio se movimentaram em direção ao homem. Parlamentares presentes, como o senador Lindbergh e o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), ajudaram a acalmar os ânimos da militância para que a confusão não se estendesse.
Uma liminar de interdito proibitório, expedida no fim da tarde de sábado (7) pelo Juiz substituto Ernani Mendes Silva Filho, isola as quadras em frente à polícia federal. A liminar atendeu ao pedido feito pela prefeitura de Curitiba.
As pessoas que estavam concentradas fora dos portões da Polícia Federal, em solidariedade a Lula, foram atacadas pela polícia com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo na noite do sábado. No mesmo momento, organizadores da mobilização estavam reunidos com a Polícia Federal para negociar a continuidade do ato. Os manifestantes contrários ao ex-presidente não foram atacados.
A pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, foi a Curitiba, na área onde estão militantes favoráveis ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, próximo ao prédio da Polícia Federal. O petista está preso na carceragem da PF desde a noite de sábado (7). A parlamentar disse que vai substituir as atividades da pré-campanha por atos a favor da liberdade de Lula.
“Eu suspendi todo o conjunto de atividades minhas enquanto pré-candidata. Eu estaria no Piauí hoje, estaria em Lisboa na quinta. Na segunda-feira eu teria o lançamento do meu programa, da minha carta compromisso. Alteramos o ato e vai virar um ato de defesa da liberdade de Lula e não a minha apresentação da minha carta compromisso.”
A cerca de 100 metros de onde Lula está preso, militantes favoráveis ao petista continuam acampados. Um boletim divulgado na manhã desta segunda pelo grupo pró-Lula reforça que os militantes ficarão no local enquanto o petista estiver preso. “Não sairemos daqui sem Lula”, diz a nota.