Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2023
A polícia da cidade de Buenos Aires prendeu nessa terça-feira (12) o homem que teria jogado uma garrafa de vidro em Javier Milei, durante sua posse presidencial, no domingo. O caso aconteceu enquanto o mais novo líder da Argentina seguia em direção à Casa Rosada em um carro conversível, acompanhado de sua irmã e nova secretária-geral da Presidência, Karina Milei, informaram as autoridades da capital. O suspeito foi identificado como Gastón Ariel Mercanzini, de 51 anos.
“A Polícia da Cidade acaba de prender o suposto agressor do presidente Javier Milei. Ela já está à disposição da Justiça”, declarou o chefe da segurança municipal, Waldo Wolf, em um comunicado.
A agressão ocorreu minutos após o ultraliberal prestar juramento no Congresso Nacional argentino e fazer seu primeiro discurso. O objeto chegou a passar próximo à cabeça de Milei e, no geral, não foi notado pela maior parte das testemunhas no local. Apesar disso, usuários das redes sociais chamaram a atenção para o ataque e, posteriormente, foi divulgada a imagem de um dos seguranças que ficou ferido.
O guarda, conforme publicado pelo La Nación, precisou ser afastado enquanto a caravana seguia seu trajeto de pouco mais de 2 km. A vítima sofreu um corte leve e foi atendida pelos médicos na própria presidencial.
Mercanzini foi detido no momento da agressão pelo Departamento de Intervenções Rápidas, que estava em serviço durante a cerimônia de posse, mas foi liberado no mesmo dia, já que não havia elementos constitutivos de crime entre seus pertences, e nenhum dos presentes fez qualquer denúncia. As autoridades também consultaram o sistema de antecedentes e não foram constatados impedimentos legais vigentes.
A Justiça federal, contudo, ordenou a captura do homem, que a mídia associa aos grupos de oposição.
“Eu não queria machucar ninguém”, declarou o suposto agressor, enquanto os policiais o levavam algemado para uma viatura.
Mercanzini possui antecedentes por dano agravado, tendo sido detido em 5 de julho deste ano. Ele recuperou a liberdade nas últimas semanas. As informações sobre ele foram enviadas ao Juizado Criminal e Correcional Federal Nº 12, que investiga o caso.
Em 2022, quando ainda era vice-presidente, Cristina Kirchner sofreu um ataque fracassado fora de sua casa, em Buenos Aires. Um homem que se passou por apoiador e que esperava para cumprimentá-la apontou uma arma para sua cabeça, mas o dispositivo não disparou.
Posse
Milei, um ultraliberal autoproclamado de 53 anos, chegou ao poder com a promessa de resgatar a Argentina de sua grave crise econômica e anunciou a aplicação de um rígido programa de austeridade, o que gerou polarização no país sul-americano.
Minutos após o ocorrido, o novo presidente pediu para parar o conversível e falar com as pessoas. Os guarda-costas correram atrás dele e o cercaram, permitindo que ele se aproximasse para cumprimentar alguns dos manifestantes. A cena se repetiu quando ele chegou ao destino e desceu para ver um cachorro que se afastou de sua tutora.
Ao chegar à Casa Rosada, Milei recebeu líderes de todo o mundo, como os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky; do Paraguai, Santiago Peña; do Chile, Gabriel Boric; do Uruguai, Luis Lacalle Pou; e do Equador, Daniel Novoa. Também estiveram presentes o rei da Espanha, Felipe VI, o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi representado pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
Seis horas após receber os atributos de mando, os nove ministros e o chefe de Gabinete, Nicolás Posse, prestaram juramento em uma cerimônia no Salão Branco da Casa Rosada. O evento foi cercado de polêmica, já que a transmissão foi feita por sistema fechado e não foi permitida a entrada de jornalistas credenciados. As informações são do jornal O Globo.