Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2015
Era um dia comum de 2011 quando o administrador Joaquim Paz começou a sentir incômodos em sua mama. Ao fazer uma simples autoavaliação, percebeu um nódulo. À época, casado com uma médica, foi a um mastologista e descobriu algo que parecia impossível: ele tinha um tumor maligno, um câncer de mama.
A rápida descoberta foi fundamental para o tratamento da doença. Com cirurgia e sessões de quimio e radioterapia, a história de Paz teve um final feliz. “Depois de uma experiência dessas, sua cabeça muda. Hoje dedico meu tempo a conscientizar as pessoas sobre o câncer de mama masculino. A grande maioria nem sabe que a doença existe. Falo sobre prevenção em todo lugar que vou”, conta ele, que dá palestras em hospitais para divulgar o tema.
Mas a história pode não terminar tão bem. Apesar de raro – menos de 1% dos casos –, o câncer de mama masculino mata proporcionalmente mais do que entre as mulheres, as maiores vítimas. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), cerca de 180 homens morrem todos os anos por causa da doença (36% do total de vítimas), contra 14,2 mil mortes de pacientes femininas (25% do total). Para o oncologista Gilberto Amorim, isso se explica pela falta de conscientização dos homens.
“Não é necessariamente a doença mais grave, mas que enfrenta diversos desafios a serem superados. Além da falta de informação, alguns homens abandonam tratamentos de anti-hormônios orais por causa da falta de libido”, explica. O médico alerta ainda para o risco de o número de casos aumentar nos próximos anos.
Ginecomastia preocupa.
Para Amorim, é necessário que o homem conheça a sua anatomia para evitar o câncer de mama. “O autoexame é fundamental”, diz. Segundo ele, a obesidade e o uso de anabolizantes contribuem para o crescimento da ginecomastia (aumento da mama).
Um estudo publicado no jornal da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos com 1.073 pacientes de ginecomastia, acompanhados após a cirurgia, mostrou que, em alguns casos, a doença se desenvolveu na adolescência e tornou-se permanente após o uso de esteroides ou suplementos contendo hormônio. (AD)